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A eleição de SP lembra o pleito presidencial de 1989

A pesquisa Quaest, divulgada ontem, mostrou que a candidatura de José Luiz Datena embolou as estatísticas. Os percentuais obtidos pelo prefeito Ricardo Nunes (22%), o deputado federal Guilherme Boulos (21%) e o próprio Datena (17%) configuram um empate técnico triplo na corrida pela prefeitura de São Paulo. Falou-se muito em Pablo Marçal, mas foi Datena quem criou um verdadeiro fato novo nesta disputa.

Suas chances, no entanto, são questionáveis, pois o apresentador é o candidato mais rejeitado de todos, com 51% de desaprovação. Ou seja, ele começa a disputa com um número significativo de intenções de votos, mas pode ficar pelo caminho em função de seu alto índice de rejeição.

Os números da pesquisa mostram que, no fundo, o eleitorado paulistano, de forma geral, não está satisfeito com os principais candidatos. Quando somamos as duas candidaturas recentes (Marçal e Datena), chegamos a 27% das intenções de voto, que saíram do campo os indecisos e de paulistanos que antes iriam votar em Nunes ou Boulos.

Quando observamos outros cenários pesquisados pelo instituto Quaest, essa insatisfação fica ainda mais clara. Em quase todos os cenários, percebe-se que os eleitores de Marçal, Datena e Tábata Amaral se dividem entre o prefeito e o deputado quando seus candidatos são retirados do páreo. Ou seja, não há exatamente uma coerência de alinhamentos políticos, uma vez que parte dos votos de Marçal, por exemplo vai para Boulos.

Este fenômeno provavelmente mostra que o carisma do candidato seja maior que a ideologia defendida por ele. Vejamos o caso de Datena e Marçal – nomes teoricamente mais alinhados com os eleitores direitistas. Quando o apresentador e o coach são retirados da disputa, Nunes sobe de 22% para 28%, mas Boulos também cresce, de 21% para 24%. Uma boa parte das intenções de voto da dupla também vai para Tábata: ela pula de 6% para 13%.

Ainda há 15 pontos percentuais em disputa (desde que os eleitores mantenham seus intuitos eleitorais), uma vez que 8% não sabem responder e 7% se declaram indecisos.

Mesmo com uma aparente insatisfação em relação aos líderes das pesquisas, Nunes aparece como vencedor em todas as simulações de segundo turno. Em relação a Boulos, sua eventual vitória seria de 46% a 34%.

A dinâmica desta eleição pode ser semelhante ao pleito presidencial de 1989, quando três candidatos se mantiveram próximos nas pesquisas (Fernado Collor, Luiz Inácio Lula de Silva e Leonel Brizola) em quase toda a campanha eleitoral. No fim, Collor teve 30,48% da votação. Lula (17,19%) foi ao segundo turno com uma vantagem de 0,68%, ou 454.656 sufrágios, sobre Brizola (16,51%). Mario Covas ainda chegou em quarto lugar, com 11,52%, e Paulo Maluf obteve 8,85% com a quinta posição.

Como se pode ver, foi uma disputa com nomes de diferentes espectros ideológicos e que permitiu o ingresso de um candidato ao segundo turno com pouco mais de 17% dos votos. Este mesmo fenômeno pode ocorrer aqui na disputa pela prefeitura. Será que Nunes e Boulos permanecerão no topo até 6 de outubro? Datena e Marçal conseguirão crescer? Tábata vai surpreender?

Não há, por enquanto, resposta para essas perguntas, pois a eleição está completamente aberta. Nenhum candidato pode cantar vitória antes da hora. Daqui para frente, os líderes vão atuar de forma cada vez mais cautelosa – e os demais vão ser agressivos como nunca. A temperatura vai esquentar. Preparem-se.  

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Comentários

Uma resposta

  1. Sou Tabata e não abro. Acho Datena, uma piada (de mau gosto). Boulos, não acredito nele. Marçal…não acredito também. Ricardo Nunes é muuuito fraco!! Está usando o velho/manjado recurso de “enxher a cidade com obras”, pra poder dizer “estamos trabalhando”! Não fez nada até recentemente. Não tem carisma. Na meu modo de enxergar, só ganha se tiver apoio de Bolsonaro (de última hora). Tabata tem frescor, pode acender o eleitorado jovem e o feminino, tem uma história linda, vem da periferia e, se tiver uma campanha bem criada, bem produzida e bem orquestrada, pode surpreender. Não só como “voto de exceção, mas se tiver um discurso inteligente e sensível, pode levar. Minha humilde opinião.

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