Novo apelo da OMS
Durante o encerramento do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom (imagem), no painel A Great New Contract for Health and Healthcare, fez um apelo aos governos e empresários por incentivo às vacinações em meio ao crescente número de infecções registradas no mundo. O ponto central de seu discurso foi o Consórcio Covax, criado para distribuir imunizantes aos países subdesenvolvidos: “A pandemia expôs e explorou as desigualdades”. Ele cobrou da classe empresarial firmeza perante aos governos. “Usem sua influência para convencer os governos a distribuir vacinas para controlar a pandemia e, assim, retomar o crescimento econômico”, afirmou. “Durante a pandemia de H1N1, em 2009, vacinas seguras e eficazes foram desenvolvidas, mas quando os pobres do mundo tiveram acesso, a crise havia acabado”, destacou. Adhanom reiterou que as medidas restritivas devem ser mantidas. O consórcio Covax planeja enviar pelo menos 2 bilhões de doses durante 2021 aos 92 países mais pobres. Essa cobertura vacinal atenderia apenas 27% das populações.
Bolsonaro é denunciado na ONU
Entidades religiosas apresentaram uma denúncia ao Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos (EACDH) sobre a conduta do governo federal na pandemia, considerando-a “contraditória, negacionista e indiferente à dor”. O grupo exigiu uma profunda investigação sobre a violação dos direitos humanos no Brasil. A denúncia foi feita pela Comissão Especial para a Ecologia Integral e Mineração da CNBB, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs no Brasil (CONIC), o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a Franciscans International, a Fundação Luterana de Diaconia, organizações de missionários e congregações.
CoronaVac para 25%
O governo federal confirmou que comprará mais 54 milhões de doses da CoronaVac (Sinovac/Instituto Butantan) para distribuição pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). O anúncio eliminou incertezas. O Ministério da Saúde tinha adquirido 46 milhões de doses e, com a nova remessa, somará terá 100 milhões de doses, o suficiente para quase 25% da população.
Manauaras receberão mais ajuda
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil informou que o governo americano ajudará no enfrentamento da calamidade de Manaus. A Agência de Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês) se uniu aos grupos +Unidos e UNA+ para formar a iniciativa “Juntos pelo Amazonas”, que já arrecadou R$ 300 mil em doações diretas para a aquisição de equipamentos de proteção aos profissionais da saúde. A embaixada afirmou que doará mais R$ 1,6 milhão para a construção de usinas de produção de oxigênio.
A dose extra no Rio
Além de Portugal, o Rio de Janeiro também registrou um grave problema de desperdício de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford. A orientação inicial era que cada frasco continha 10 doses e deveria ser descartado ao final após seis horas aberto. Só que devido a orientação dos frascos que as doses devem ser aplicadas em dez pessoas, mas como algumas doses sobram, os estava sobrando imunizante no fundo, apontou a reportagem do G1. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, recomendou que a equipe oferte a dose extra de forma criteriosa aos profissionais de saúde, mas destacou que a situação deve ser tratada como excepcional e não regra – e que tudo deve ser documentado.
J&J a 72%
A Johnson & Johnson anunciou que sua vacina de dose única apresentou 72% de eficácia contra a covid-19 nos Estados Unidos. A taxa global ficou um pouco menor, em 66%. Na América Latina e na África do Sul, onde variantes são grandes preocupações para a comunidade científica, a eficácia foi de 57% – abaixo da média, mas acima do mínimo esperado para as imunizações.
OMS em Wuhan
Uma equipe da OMS chegou à China, após alguns desentendimentos da organização com Pequim. Eles foram ao hospital onde os primeiros pacientes com covid-19 foram tratados há mais de um ano para fazer uma investigação detalhada. Pacientes serão ouvidos e serão investigados laboratórios, hospitais e o suposto ponto de origem, o wet market de Huanan. A missão deve durar mais algumas semanas.
Europa contra o tempo
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) aprovou o imunizante da AstraZeneca/Oxford para quem tem mais de 55 anos. O órgão havia pedido dados atualizados e acabou considerando válidos os estudos do Reino Unido e do Brasil. Agora, a União Europeia contará com uma segunda vacina – a outra é a da Pfizer. A aprovação chega em um momento complicado para o bloco, que registra uma campanha lenta e beirando a escassez após a Pfizer afirmar que reduziria sua produção para atualizar a capacidade de sua planta na Bélgica.
Mais proteção?
Autoridades sanitárias da Europa discutem se as máscaras caseiras são realmente efetivas, principalmente contra cepas mais contagiosas. Embora essa questão mude de país para país, as máscaras N95 e PFF2 oferecem um grau de proteção maior e devem ser priorizadas em situação de maior risco, aponta reportagem da BBC Brasil. Vale destacar que o debate é sobre o modelo da máscara, mas a recomendação geral é que a proteção no rosto deva se manter. O governo francês argumentou que os modelos caseiros não oferecem a proteção necessária. Apesar disso, a OMS ainda recomenda as máscaras caseiras ao público em geral diante da ausência de um modelo mais seguro.
Delírios da pandemia: Tanzânia
O desprezo pela ciência e pela saúde pública não é um comportamento exclusivo do governo brasileiro. Na Tanzânia, o presidente Jonh Magufuli afirmou que os testes positivos para a covid-19 podem não estar corretos. O pronunciamento foi transmitido ao vivo pela TV estatal. Em um ataque às instituições científicas, Magufuli colocou a credibilidade do laboratório nacional em dúvida. “Os equipamentos ou as pessoas [profissionais do laboratório] podem estar comprometidos e às vezes podem ser sabotados”, apontou uma reportagem da rede alemã Deutsche Welle. Há duas semanas durante a cerimônia de abertura de uma nova fazenda no distrito de Chato, Magufuli afirmou: “Deus protegerá contra o vírus” e desprezou as vacinas. “Nós tanzanianos não nos trancaremos. Não anunciarei nenhum lockdown porque nosso Deus vive e ele continuará nos protegendo”.
FAQ do Instituto Butantan
Alimentação é importante, mas não imuniza
A União Pró-Vacina, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), afirma: “Não é possível conferir um aumento da imunidade através da alimentação, mas um bom aporte de nutrientes garante seu bom funcionamento”. Confira:
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Painel Coronavírus
Dados atualizados em 29/01/21 – 19h
Vacinados
- 86,7 milhões (1,15% da população global)
- 1,67 milhão (1,2% da população brasileira)
Casos confirmados
• 9.118.513 – acumulado
• 59.826 – casos novos
• 7.960.643 – casos recuperados
• 935.204 – em acompanhamento
• 4.339 – incidência por grupo de 100 mil habitantes
Óbitos confirmados
• 222.666 – óbitos acumulados
• 1.119 – casos novos
• 2,5% – Letalidade
• 106,0 – mortalidade por grupo de 100 mil habitantes
Fontes: Ministério da Saúde, consórcio de veículos de imprensa e Faculdade Johns Hopkins (EUA)