Vários veículos de imprensa constataram ao longo do dia de ontem (30) que houve desobediência à ordem do governador João Doria de fechar estabelecimentos comerciais, bares e restaurantes nos finais de semana. O jornal O Estado de S. Paulo, por exemplo, fez uma ronda pela capital e constatou inúmeras lojas abertas, vendendo de bicicletas a colchões. Já o UOL registrou restaurantes e pontos de venda de roupa no interior do estado.
Um restaurante da rua Jerônimo da Veiga resolveu abrir clandestinamente para algumas pessoas, que foram instruídas a utilizar a entrada de serviço, através da avenida 9 de Julho. Por volta das 22 horas, no entanto, o estabelecimento recebeu a visita de policiais munidos de metralhadoras, acompanhando fiscais da Prefeitura. O local foi lacrado e multado.
Foi um movimento light, pois a maioria ficou com as portas cerradas, mas confirmou nota de MONEY REPORT publicada no sábado. Este protesto é uma indicação que há pessoas dispostas a enfrentar multas e outros tipos de punições para continuar trabalhando, a despeito do que ordena o governo.
Porém, a divulgação de uma foto pode dar impulso a esse tipo de insubordinação: trata-se do instantâneo do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, na torcida do jogo pela final da Taça Libertadores. O alcaide, que está em período de licença para tratamento médico, apoiou a decisão de Doria de fechar restaurantes, teoricamente impedindo aglomerações (leves) de pessoas. Mas, ao mesmo tempo, foi à partida de seu time de coração e ficou no meio da torcida.
A falta de coerência de Covas é semelhante à do governador, que viajou para Miami enquanto São Paulo era colocada em fase vermelha. Esta incongruência pode ser a faísca que faltava para que muitos comerciantes e restauranteurs resolvam desobedecer as regras no próximo final de semana.