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Nº 63: made in Minas; graves sequelas neurológicas; Chile a milhão

Uma esperança caseira

O Brasil poderá ter sua própria vacina contra a covid-19 em 2022. Há imunizante em desenvolvimento no Centro de Tecnologia em Vacinas (CT-Vacinas), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em 4 de fevereiro, a UFMG firmou uma parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) para acelerar os testes, afirmou uma das coordenadoras do projeto, Ana Paula Fernandes. A Fundação Ezequiel Dias (Funed) também demonstrou interesse em produzir a candidata. Na fase inicial do projeto foram gastos R$ 5 milhões. Para as fases 1 e 2, em animais, os investimentos oscilam entre R$ 15 milhões e R$ 30 milhões. A etapa clínica, que envolve os testes em humanos, ficarão em torno de R$ 100 milhões. “Apesar de elevado, é menor que os investimentos de transferência de tecnologia firmados atualmente pelo governo”, explicou Ana Paula. Para a CoronaVac, o governo paulista fechou um contrato de R$ 483 milhões com a Sinovac. Com a AstraZeneca, o Ministério da Saúde assinou um contrato de R$ 1,3 bilhão.

Brasil de novo na contramão

A redução dos exames de sequenciamento genético do vírus ocorre no Brasil justo enquanto aumentam os casos derivados de novas cepas. Testes de sequenciamento servem para catalogar as linhagens, facilitando identificações e, depois, quem sabe, até tratamentos. Entre março e maio de 2020, no início da pandemia, foram realizados 1.823 sequenciamentos. Já entre novembro e janeiro, ocorreram só 585, aponta a Rede Genômica, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a partir das amostras catalogadas no site Gisaid – banco global de sequenciamentos. O Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP) foi responsável por metade dos sequenciamentos no Brasil.

Sonolência, fadiga, torpor, lapsos de memória

Um estudo do Instituto do Coração (Incor), do Hospital das Clínicas (HC), em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) avaliou as funções cognitivas de pacientes, após o fim do ciclo da covid-19. O estudo foi coordenado pela neuropsicóloga Lívia Stocco Sanches Valentin. O resultados preliminares apontaram que a recuperação física nem sempre está associada a cognição. Sanches Valentim explicou que, além dos exames tradicionais, avaliações neurológicas devem ser feitas: “80% dos pacientes se queixam de sonolência, fadiga, torpor, lapsos de memória. Por isso, um diagnóstico precoce é o mais indicado para que haja uma intervenção terapêutica”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aguarda os resultados finais do estudo para adotar a metodologia de reabilitação que os brasileiros desenvolvem.

A vez dos paulistas octagenários

No estado de São Paulo, idosos entre 80 e 84 anos serão vacinados a partir de 1º de março, informou o governo. Esse público soma 563 mil pessoas em 645 municípios. Para as imunizações será utilizadas parte das 8,7 milhões de novas doses da CoronaVac que serão produzidas com os 5,6 mil litros de insumos que chegaram ao Brasil na manhã desta quarta-feira (10). A campanha para idosos entre 85 e 89 anos foi antecipada para esta sexta-feira (12).

OMS deixa Wuhan

Médicos fazendo visita aos pacientes do hospital improvisado em Wuhan, em 2020

Os especialistas da OMS enviados à Wuhan para investigar as origens do coronavírus começaram a deixar a China, após 27 dias de intensas pesquisas. Os próximos passos, segundo a virologista holandesa, Marion Koopmans, será analisar o material colhido e os dados apresentados pelos cientistas chineses.

Japão sem seringas

O governo japonês se garantiu com 144 milhões de doses do imunizante da Pfizer/BioNTech. Entretanto, a escassez de seringas pode pôr tudo a perder. Por causa do erro de planejamento, milhões japoneses ficarão sem atendimento. A ministra da Saúde, Norihisa Tamura, explicou que sem a agulha adequada, a sexta dose de cada frasco não pode ser extraída. “Usaremos todas as seringas que temos que podem tirar seis doses, mas, não será suficiente à medida que mais injeções forem administradas”, explicou. O governo solicitou aos fabricantes um incremento na produção seringas adequadas. Além do Japão, Estados Unidos e União Europeia relataram o mesmo problema.

Barbárie na Tanzânia

John Magufuli durante comício na Tanzânia, em 2016

O governo tanzaniano continua sua política negacionista em relação a pandemia. Eentidades internacionais desconfiam que há muito mais vítimas do vírus que o divulgado. Há meses as autoridades não apresentam dados, alegando que a Tanzânia está “livre da covid-19”. Muitas famílias relatam medo de retaliação ao afirmar que seus parentes morreram pela doença e nenhum plano de imunização foi apresentado. A OMS e outras instituições internacionais temem que novas cepas se instalem entre a população – como ocorre em Manaus. O presidente John Magufuli afirmou: “Deus protegerá do vírus”. Ele também soltou essa: “Se o homem ocidental conseguiu chegar a uma vacina, já deveria ter encontrado para aids, câncer e tuberculose”. Ele ignora que a vacina BCG é contra tuberculose, que existem coquetéis que aliviam os sintomas da aids e que vários tipos de câncer podem ser prevenidos ou tratados.

Chile, campeão da América Latina

O Chile alcançou a marca de um milhão de vacinados (a partir da primeira dose). A campanha iniciou em 3 de dezembro. O montante equivale a 5,5% de sua população. No momento, é o país da América Latina que proporcionalmente mais vacinou.

Moderna na Colômbia e talvez Taiwan

A farmacêutica Moderna fornecerá sua vacina a Taiwan e Colômbia, afirmou a empresa em comunicado – 5 milhões e 10 milhões de doses, nessa ordem. Porém, o imunizante ainda não foi aprovado pelos respectivos órgãos reguladores, mas a farmacêutica afirmou que há esforços para isso. A entrega deve ocorrer em meados de 2021. Vale mencionar que apesar do comunicado, Taiwan não anunciou qualquer o acordo com a Moderna, apenas com a AstraZeneca e o consórcio Covax e vem mantendo os detalhes de seus planos sob sigilo.

Restrições espanholas

A Espanha decidiu excluir vários grupos da vacinação com a AstraZeneca/Oxford. Embora aprovada pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) para pessoas acima dos 18 anos, os espanhóis decidiram que idosos acima 80 anos e crianças com patologias ficarão de fora. Esse público não fez parte dos testes. A decisão é priorizar apenas os profissionais de saúde, agentes penitenciários, integrantes das forças armadas e professores – a medida pode ser revertida, conforme a AstraZeneca apresentar mais dados. Confira o comunicado oficial traduzido:

“Dadas as características atualmente conhecidas da vacina AstraZeneca […] recomenda-se para uso em pessoas entre 18 e 55 anos, exceto aquelas com imunossupressão grave (incluindo câncer de quimioterapia), doenças cardiovasculares descontroladas e doenças hepáticas graves, renais, metabólicas/endócrinas ou neurológicas. Pessoas com essas patologias e com mais de 56 anos [nascidas em 1965 ou mais cedo] serão vacinadas posteriormente quando apropriados por faixa etária e/ou condição de risco com a vacina mais adequada com base na disponibilidade da vacina e novas evidências disponíveis”

Testes em pets

Coreana com seu pet na capital Seul, em 2018

As autoridades de saúde da Coreia do Sul autorizaram a realização do exame RT-PCR em animais de estimação de donos infectados. A coleta do material será feita no domicílio. Os pets que apresentarem resultado positivo deverão ficar em quarentena por 14 dias. Mesmo sem registro de infecção de humanos por contato com animais domésticos, o país busca se antecipar, formando uma barreira preventiva até que mais estudos sejam concluídos.

FAQ da Fiocruz

O que mais MONEY REPORT publicou hoje

Painel Coronavírus

Dados atualizados em 09/02/21 – 21h30

Vacinados

  • 147,2 milhões no mundo * (2,08% da população)
  • 4,3 milhões no Brasil * (2,04% da população)
    * Considerando as duas doses, quando for o caso

Casos confirmados
• 9.659.167 – acumulado
• 59.602 – casos novos
• 8.596.130 – casos recuperados
• 828.187 – em acompanhamento
• 4.596,0 – incidência por grupo de 100 mil habitantes

Óbitos confirmados
• 234.850 – óbitos acumulados
• 1.330 – óbitos novos
• 2,4% – Letalidade
• 112,0 – mortalidade por grupo de 100 mil habitantes

Fontes: Ministério da Saúde, consórcio de veículos de imprensa e Faculdade Johns Hopkins (EUA)

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