A pesquisa Raio-X FipeZap do quarto trimestre de 2020 revela dados a respeito da percepção e do comportamento dos agentes do mercado imobiliário em 2020, incluindo informações sobre compras realizadas e intenção de compra; participação de investidores entre os compradores; incidência e percentual de descontos negociados sobre o valor anunciado; percepção e expectativas com respeito ao nível e trajetória dos preços dos imóveis no curto e longo prazos, entre outros tópicos. Confira abaixo os destaques do levantamento, feito a partir das contribuições de 3.813 respondentes, coletadas entre 15 de janeiro e 1 de fevereiro de 2021.
Participação de compradores
A participação de compradores – respondentes que declararam ter adquirido imóvel nos últimos 12 meses – manteve-se relativamente estável entre o terceiro e o quarto trimestre: (10% dos respondentes da amostra). Em relação ao estado ou tipo do imóvel adquirido, a preferência por imóveis usados oscilou de 64% para 66% entre compradores do último trimestre, mantendo-se acima da média histórica da pesquisa (58%). Em termos de objetivos, uma parcela crescente dos compradores justificou a aquisição com a finalidade de investimento (de 39% para 46% entre o terceiro e o quarto trimestre), em particular, com a expectativa de revenda futura após valorização do imóveis (28%). Contudo, a destinação do imóvel recentemente adquirido para moradia ainda predominou entre compradores do último trimestre da pesquisa (54%), entre os quais “morar com alguém” foi a motivação mais citada entre os respondentes (71%).
Intenção de compra
A proporção de respondentes que declarou intenção de adquirir imóveis nos próximos três meses se manteve praticamente estável entre o terceiro trimestre (48%) e o quarto trimestre de 2020 (47%), resultado que manteve a intenção de compra entre respondentes próxima ao patamar recorde na série histórica da pesquisa Raio-X FipeZap, iniciada em 2014. Entre os que declararam intenção de adquirir imóveis no futuro próximo, cerca de metade dos respondentes se mostrou indiferente entre imóveis novos ou usados (51%). Já em termos de objetivo, a maioria dos compradores potenciais destacou a intenção de utilizar o imóvel para moradia própria (86%), superando neste grupo o objetivo investimento (14%).
Descontos nas transações
O percentual de transações com desconto sobre o valor anunciado do imóvel apresentou queda nos últimos meses de 2020, encerrando dezembro com uma incidência média de 67% sobre as transações realizadas nos últimos 12 meses – resultado acima da média histórica de 64%. Considerando apenas as transações que envolveram alguma redução no valor anunciado, o percentual médio de desconto negociado também apresentou recuo, passando de 14% em janeiro para 11% em dezembro.
Percepção sobre os preços atuais
Com respeito à percepção dos respondentes em relação aos preços atuais, a participação dos respondentes que classificavam os valores como “altos ou muito altos” cresceu ao longo de 2020, passando de 50% no quarto trimestre de 2019 para 57% no quarto trimestre de 2020. Em paralelo, o percentual de respondentes que classificavam os preços como “razoáveis” oscilou de 34% para 32%, comportamento similar ao da parcela que declarou que os preços estavam “baixos ou muito baixos” (de 12% para 9%).
Expectativa de preço
Em relação às apostas e projeções dos agentes para os preços dos imóveis nos próximos 12 meses, os últimos resultados evidenciam a normalização das expectativas dos respondentes (para níveis pré-pandemia), após um ano marcado por perdas econômicas, incertezas e forte volatilidade, por um lado, e uma forte expansão do crédito imobiliário, de outro. Mais especificamente, é possível destacar que os respondentes do quarto trimestre de 2020 se distribuíram entre aqueles que projetavam aumento (29%), manutenção (32%) e queda (16%) no preço nominal dos imóveis no curto prazo (próximos 12 meses). Além disso, uma parcela igualmente relevante dos respondentes (23%) não soube opinar sobre o tema. Como resultado, a expectativa média para o preço dos imóveis nos próximos 12 meses, considerando todos os respondentes que participaram da pesquisa no quarto trimestre de 2020, aponta alta nominal de 0,5% – variação ligeiramente inferior àquela projetada pelos respondentes em quarto trimestre de 2019 (+0,9%).