Primeiros estudos com grávidas
Desenvolvedores de vacinas se preparam para iniciar ensaios em gestantes para provar se os imunizantes são seguros para este grupo, que segue desassistido nas campanhas. A Pfizer e a parceira BioNTech iniciaram ensaios em 4 mil mulheres nos últimos estágios da gravidez. A AstraZeneca e a Johnson & Johnson planejam começar nos próximos meses também. É uma boa notícia às futuras mães, que temem que a covid-19 prejudique a gestação ou suas próprias vidas. “Embora seja uma boa notícia, os resultados dos testes provavelmente não estarão disponíveis antes do outono” [do Hemisfério Norte], afirmou a professora de saúde da população materno-infantil da Universidade de Oxford, Marian Knight.
Desigualdade anunciada
A catástrofe moral tão temida pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, parece ter se concretizado mais depressa que o esperado. Em janeiro, ele criticou os acordos bilaterais entre países desenvolvidos e farmacêuticas que aumentam os preços das vacinas e prejudicam a distribuição igualitária aos países subdesenvolvidos. Um mês após suas ponderações, foi confirmado: 75% das doses administradas no mundo foram para 10 países: Estados Unidos, China, Reino Unido, Israel, Rússia, Itália, Índia, Emirados Árabes Unidos, Canadá e Alemanha. A OMS criou o Consórcio Covax, uma maneira de equalizar a distribuição entre os países. A Casa Branca, em um esforço para equilibrar a balança, anunciou o financiamento de US$ 4 bilhões ao Covax. O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu aos países desenvolvidos que doem pelo menos 5% de seus suprimentos à iniciativa. Nada feito ainda.
Vândalo destrói vacinas
No município do Rio Bananal, norte do Espírito Santo, a energia foi desligada na unidade de saúde, ocasionando a perda de todas as 133 doses da vacina disponíveis, além de exames, 53 kits de testes para covid e medicamentos de alto custo, apontou a Prefeitura, nesta quinta-feira (18). O ocorrido não se deu por falha de equipamento ou queda de energia. Foi puro vandalismo. Imagens de câmeras de segurança das redondezas filmaram um suspeito, que parece agir propositalmente ao desligar o quadro de força, que possui um acesso pelo lado de fora do muro. A identificação do suspeito se deu nesta tarde. O delegado da cidade disse que examinará mais algumas imagens e que o suspeito deve ser detido na sexta. O governo estadual irá repor o material.
O prenúncio de Araraquara
A pandemia se agravou em Araraquara, no interior de São Paulo. O prefeito, Edinho Silva (PT), afirmou que a situação serve como alerta para o Brasil, principalmente aos jovens, que se sentem imunes à doença. Em entrevista à GloboNews, Edinho explicou que mediante ao agravamento de casos e mortes, amostras foram enviadas ao Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT/USP), que identificou um alto índice da variante amazonense. “Serve de prenúncio para o país”, afirmou. “Antes, o coronavírus só evoluía em pacientes com mais de 60 anos ou com fragilidade física. Agora não. Começamos a ver uma evolução em pacientes jovens e clinicamente saudáveis”, explicou. Araraquara está com quase 100% dos leitos de enfermaria e de UTI ocupados e enfrenta dificuldades para abrir novos. Também falta estrutura para aumentar a capacidade de oxigenação. Na classificação do Plano São Paulo, Araraquara está na fase vermelha.
Fronteira, pandemia e conflito
Pandemia e crise imigratória são problemas sérios, ainda mais quando ocorrem simultaneamente. No município acriano de Assis Brasil, na fronteira entre o Brasil e o Peru, cerca de 400 haitianos tentam entrar em território peruano para seguir ao México e, depois, aos Estados Unidos. Por causa da pandemia, a fronteira está fechada desde março. As tentativas de travessia terminaram em conflitos e retorno ao Brasil, onde lotam os abrigos municipais. O prefeito, Jerry Correa (PCdoB), decretou estado de calamidade e pediu auxílio ao governo federal. O Ministério das Relações Exteriores informou estar mantendo contato com as autoridades peruanas para tentar resolver o problema. O Ministério da Justiça autorizou o emprego da Força Nacional de Segurança por 60 dias ou até a normalização da situação.
Segunda dose fluminense
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro informou nesta quinta-feira (18) amanhã, sexta-feira (19), os novos lotes para serem usados na segunda dose da vacina contra a covid-19 começam a ser enviados aos 92 municípios do estado. Segundo a pasta, as vacinas disponíveis estão reservadas para completar o calendário vacinal de quem já foi inoculado uma vez. O abastecimento corriqueiro, para quem está na fila para a primeira dose, apresenta falhas de abastecimento.
Calma, a imunidade não é instantânea
O início da campanha fez o brasileiro sonhar. Entretanto, especialistas lembram que nenhuma vacina é 100% eficaz, principalmente diante do risco de surgimento de novas variantes. O corpo humano demora algum tempo para começar a produzir os anticorpos para a proteção contra a covid-19. Para a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunização (SBI), a pediatra Isabella Ballalai, o tempo médio para a resposta do sistema imune contra a presença de qualquer agente patogênico é de, no mínimo, 14 dias após a primeira inoculação. Com pequenas variações, cada vacina tem seu tempo de resposta. Confira:
- AstraZeneca/Oxford – é capaz de atingir uma eficácia geral de 76% em 22 dias após a aplicação da primeira dose. O percentual pode superar os 82% após a segunda, garante a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac – são necessárias duas semanas após a segunda dose para que a pessoa seja considerada protegida. A eficácia geral da da CoronaVac é de 50,38%, com prevenção em casos leves de 78% e 100% para casos moderados e graves.
Primeira venezuelana imunizada
A Venezuela iniciou sua campanha com a russa Sputnik V. O líder autocrático, Nicolas Maduro, comemorou em seu Twitter a ação. A escolhida para a primeira inoculação é a jovem médica, Glendy Rivero.
O que mais MONEY REPORT publicou hoje
Painel Coronavírus
Dados atualizados em 18/02/21 – 19h
Vacinados
- 188 milhões no mundo * (2,51% da população)
- 5,8 milhões no Brasil * (2,7% da população)
* Considerando as duas doses, quando for o caso
Casos confirmados
• 10.030.626 – acumulado
• 51.879 – casos novos
• 8.995.246 – casos recuperados
• 8.995.246 – em acompanhamento
• 4.773,0 – incidência por grupo de 100 mil habitantes
Óbitos confirmados
• 243.457 – óbitos acumulados
• 1.367 – óbitos novos
• 2,5% – Letalidade
• 116,0 – mortalidade por grupo de 100 mil habitantes
Fontes: Ministério da Saúde, consórcio de veículos de imprensa e Faculdade Johns Hopkins (EUA)