Enquanto cresce a intensidade do debate sobre a possibilidade de a iniciativa privada adquirir vacinas para atender diretamente o pessoal de suas empresas, diante dos sucessivos atrasos das entregas do governo. Se aprovada no Congresso, a possibilidade de sucesso da iniciativa é duvidosa, dada a falta de imunizantes e a possibilidade da lei ser considerada inconstitucional, por furar a fila de prioritários.
Mesmo assim, vale prestar atenção no que seria o passo seguinte nas empresas: como convencer todos de todas as equipes a aderir. Um artigo da Harvard Business Review (HBR), publicado em 2 de março, explica como criar políticas para incentivar a vacinação no ambiente empresarial. Assinado por Jessica H. Jones, Jeff Levin-Scherz e Julie Noblick, sob o título “How Employers Can Reduce Vaccine Hesitancy”, segue um útil e inspirador apanhado de princípios de economia comportamental e gestão de pessoal. Confira:
- Ofereça um espaço para seus colaboradores compartilharem suas histórias de perdas. Isso oferece apoio e contribui na conscientização daqueles que ainda duvidam da pandemia.
- Não dê foco nos benefícios que as vacinas trarão no longo prazo. Explique que a vacinação é importante, mas enfatize que mesmo imunizados o uso de máscaras e o distanciamento social são importantes.
- Não crie empecilhos no dia da vacinação de colaboradores [ou quando forem levar seus parentes idosos]. Quando eles forem se ausentar, não desconte as horas perdidas de trabalho.
- Utilize as redes sociais para demonstrar que vacinar é algo positivo.
- Mostre os locais de vacinação próximos da empresa e outras dicas [como os locais próximos das residências de cada um].
- Crie uma comunicação off-line como botons ou adesivos que declarem que aquele colaborador foi imunizado. Isso incentivará o grupo.
- A campanha de imunização segue lenta, então é necessário que as empresas tenham cuidado com o cronograma do governo para não gerar frustração nos colaboradores.
- Para conscientizar de forma efetiva sobre os riscos de transmissão, foque nos riscos aos entes queridos e as expectativas de retorno às atividades normais e em lugar de falar das mortes generalizadas. O impacto negativo faz muita gente adotar uma postura de negação.
- Não sobrecarregue os colaboradores de informações sobre a covid-19. Informe apenas o necessário.
- Se a empresa tiver a oportunidade de oferecer a vacina [no futuro], é preciso ser justo. Siga o Plano Nacional de Imunização (PNI) de acordo com as faixas etárias e as categorias de risco, deixando de lado as hierarquias empresariais. Nenhum colaborador quer se sentir injustiçado, pois a vacinação é sobre vida.
Publicado originalmente em MONEY REPORT em 14 de março.