O governo federal quer retomar o pagamento do auxílio emergencial em março, porém a primeira parcela da nova rodada só deverá ser paga em abril, afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes em entrevista ao site Jota nesta sexta-feira (12). O benefício vai variar de R$ 150 a R$ 375. Guedes ainda explicou que o Ministério da Cidadania está definindo a formatação do programa para definir em que casos o beneficiário receberá o menor e o maior valor. “Um auxílio de R$ 600 não seria sustentável e ia virar inflação, o que prejudicaria os mais pobres. Com R$ 600 por mais dois anos, a inflação vai a 5%, 6%, 7%”, argumentou.
Em relação à aprovação da PEC, Guedes admitiu que o texto não ficou completamente alinhado ao que a equipe econômica desejava, mas a retirada de pontos propostos pelo governo é natural. “Uma certa desidratação é natural do processo político”, declarou. Mesmo com as mudanças, ressaltou que a PEC passa a mensagem de responsabilidade fiscal.
Seguro-emprego
O ministro voltou a confirmar que pretende reinstituir o programa de suspensão de contratos e de redução de jornada de trabalho para preservar empregos e deu mais detalhes sobre a criação do “seguro-emprego”. Esse novo seguro representa a antecipação do seguro-desemprego e ajudará a financiar parte do Benefício Emergencial (BEm), compensação paga aos trabalhadores com contrato suspenso ou jornada diminuída. “Vamos pagar R$ 500 ao trabalhador para ele ficar protegido por 11 meses. A cobertura é maior e é mais barata pra nós”, acrescentou o ministro. O governo pretende dividir o custo do BEm com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), por meio da antecipação do seguro-desemprego.
Inflação e investimentos
Sobre a alta da inflação, Guedes argumentou que o aumento de preços é temporário, relacionado à subida do dólar e do preço internacional das commodities (bens primários com cotação internacional). Ele também atribuiu parte da inflação ao aumento de demanda por alimentos e material de construção relacionada ao auxílio emergencial.
A aprovação da autonomia do Banco Central e das reformas fornecerão o sinal de que a inflação não é permanente. Para ele, os novos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), respectivamente, podem destravar as pautas de projetos que atraiam investimentos, como a construção de ferrovias, a navegação de cabotagem, as concessões e as privatizações da Eletrobras e dos Correios. “O Brasil vai ser a maior fronteira de investimentos em 2021. Ninguém vai oferecer tanta oportunidade de investimento”, finalizou.
(Com Agência Brasil)