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CNI e Fiesp veem decisão precipitada do Copom ao subir juros

Em nota divulgada na noite de quarta-feira (18), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou como precipitada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de aumentar a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual – de 2% para 2,75% ao ano. O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, disse que o recrudescimento da pandemia no início do ano trouxe a necessidade de implementação de novas medidas de isolamento social, o que, para ele, terá impacto negativo sobre a demanda e, assim, deve reduzir o ritmo de elevação nos preços de bens e serviços. “Consideramos que a decisão de aumento da taxa Selic deveria ter sido postergada até que os efeitos das medidas de isolamento sobre a demanda e, consequentemente, sobre a trajetória da inflação pudessem ser avaliados”, comentou. O dirigente argumentou que, apesar da trajetória recente de aumento, o momento seria de esperar para avaliar o comportamento da inflação em um ambiente de restrição da demanda. “O aumento da taxa de juros é um elemento adicional de contração da demanda, desnecessário na atual conjuntura. Além disso, a elevação da taxa Selic provoca aumento no custo de financiamento para empresas e consumidores em um momento em que a necessidade de financiamento tende a aumentar”, afirmou.

Retomada lenta

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também criticou o anúncio do Copom. “Apesar dos choques de oferta que a economia vem sofrendo, ainda paira muita incerteza sobre o horizonte econômico de médio prazo. Por isso, entendemos que a elevação da Selic não é a melhor solução neste momento”, apontou a entidade em comunicado. Para a Fiesp, a atividade econômica deve ter um desempenho fraco no primeiro trimestre, com risco de que o quadro se estenda por todo o semestre. “A dificuldade das famílias em manter seus níveis de renda e consumo está materializada na necessidade de se aprovar um novo auxílio emergencial para a população mais vulnerável. Além disso, as vendas do varejo caíram em dezembro (-3,1%) e janeiro (-2,1%) e o setor de serviços perdeu velocidade na passagem de 2020 para o início deste Por todos esses fatores, entendemos que a elevação da Selic neste momento é precipitada e dificulta o cenário para a atividade econômica em 2021, que já enfrenta inúmeros desafios em razão da persistência da pandemia.”

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