O Congresso votou ontem pela anulação de dívidas tributárias e multas da Receita Federal em processos dirigidos a diversas igrejas. A proposta havia sido vetada pelo presidente Jair Bolsonaro, que estimulou os parlamentares a derrubarem a própria proibição. Com isso, o governo deixará de recolher aos cofres públicos R$ 1,4 bilhão.
Em 9 de setembro, MONEY REPORT publicou artigo sobre o tema (https://www.moneyreport.com.br/agenda-liberal/o-perdao-de-r-1-bi-as-igrejas-sob-a-otica-da-biblia/), no qual trouxe passagens da Bíblia que tratam sobre dívidas e tributos.
Vale a pena recordar uma delas, que está no Novo testamento. No evangelho de Mateus (22:21), Jesus Cristo é questionado por hipócritas sobre se é lícito pagar impostos ao Império de Roma – uma verdadeira armadilha para o Messias, que pede a seus interlocutores que lhe mostrem a moeda usada para pagar os tributos. A ele é apresentado um denário. Cristo, então, questiona: de quem é a efígie que está no dinheiro? A imagem, evidentemente, é do imperador romano, que dominava a região. Jesus, então, declara: “Dai a César o que é de César; a Deus o que é de Deus”.
A Bíblia, portanto, afirma que os impostos devem ser pagos por todos, traçando uma linha que separa o mundo terreno do espiritual. Apesar disso, certos representantes religiosos se acham acima de todas as leis – a divina e a dos homens. É como se estivessem criando um novo mandamento, que só vale para eles: “Não pagarás”.