O Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) do mês de março, divulgado na segunda-feira (22) pela Instituição Fiscal Independente (IFI), alerta que quanto mais tempo o governo demorar a vacinar a população, maior será o impacto econômico. Conforme os estudos da IFI, cada mês de isolamento social, necessário para conter o avanço pandemia, significa um ponto percentual a menos no crescimento do PIB. “O quadro fiscal continua a ser o nó a desatar para o médio prazo. Mas, como vimos, as perspectivas de recuperação da economia (e das receitas, consequentemente) estão diretamente associadas ao sucesso no combate à pandemia. A vacina é o passo zero ainda não dado para valer”, afirmou o diretor-executivo da instituição, Felipe Salto. O relatório também registra um risco de recessão técnica no primeiro semestre. O texto avalia que, caso o PIB registrasse variação nula em todos os trimestres de 2021, a atividade econômica ainda apresentaria crescimento de 3,6% no ano, graças à “forte herança estatística positiva” do último trimestre de 2020. Mesmo assim, segundo o documento, a projeção atual é menor e está em 3%. “Como o primeiro semestre do ano deve ter desempenho fraco, a estimativa depende de uma recuperação no segundo semestre, que, por sua vez, depende da vacinação. O recrudescimento da crise sanitária pode provocar rodada de revisões baixistas para o PIB. Dessa forma, é possível que a atual projeção de crescimento econômico da IFI, de 3%, possa se transformar, rapidamente, em patamar máximo para 2021”, completou Salto.