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Prefeitos consideram discurso de Bolsonaro atrasado, vazio e inseguro

A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) repercutiu o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, feito em cadeia de rádio e TV na noite de terça-feira (23), e a reunião com os chefes dos Três Poderes, realizada nesta quarta-feira (23), no Palácio do Planalto. O presidente defendeu a vacinação, garantiu que o país terá imunizantes suficientes para toda a população e pediu união nacional para enfrentar a pandemia.

Não convenceu. Em carta, a entidade que representa os mandatários municipais mostrou receio com a suposta mudança de postura de Bolsonaro. “A declaração do presidente está muito atrasada. Faria algum sentido há seis ou oito meses. Agora, se apresenta como um discurso vazio e não expressa confiança. Mas, de sua fala, com muitos pontos que distorcem os fatos e posições do governo federal durante a pandemia, o que mais se destaca são os silêncios”, diz a nota. “O presidente deixou de falar de assuntos importantes e inescapáveis como lockdown, isolamento, escassez de medicamentos e de oxigênio. Além disso, as erráticas decisões sobre aquisições e a enorme descredibilidade de seus repetidos argumentos contrários às vacinas agravam o cenário”, acrescenta o texto.

A FNP também criticou a ausência de prefeitos no encontro de Bolsonaro com alguns governadores, os presidentes da Câmara, do Senado e do STF. “Essa parece ser uma ideia de federalismo de conveniência”, prossegue o comunicado. A frente afirmou ainda que “controlar a pandemia é que proporcionará a retomada econômica”. “Para isso, é dever da União prover uma ajuda aos pequenos empresários e a retomada do auxílio emergencial. Nunca como esmola, mas como uma urgência de permitir a subsistência no isolamento social. Não há escolha entre a vida e a economia. Mortos não produzem e não consomem. É preciso salvar os cidadãos para salvar o país.”

Na esteira das críticas dos prefeitos, o governador paulista João Doria (PSDB) afirmou que o comitê do governo federal não representa o estado de São Paulo. “Não fomos convidados. A saúde de São Paulo deve ser tratada com o governador e não com um representante”. Foi uma resposta, já que os governadores que estiveram em Brasília são da base do presidente.

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