O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, usou as redes sociais para defender seu ex-colega de ministério, o chanceler Ernesto Araújo. Um post recente no Twitter diz o seguinte: “O problema não sou eu, o Ernesto Araújo ou o Presidente Bolsonaro. Nós somos apenas a barreira final. Caso a tigrada nos derrube, eles atacarão o verdadeiro problema: Você! Você que insiste em trabalhar, ajudar sua família, rezar, não usar drogas, VOCÊ É O PROBLEMA da tigrada”.
O primeiro comentário que se pode fazer em relação a este post é sobre o uso do termo “tigrada”, aqui escrito para definir os esquerdistas que, na visão do ex-ministro, são contra o trabalho honesto, a família, a religião e a vida sem drogas. Durante os anos 1970 e 1980, “tigrada” era a expressão utilizada para definir os militares mais radicais, que desejavam o endurecimento do regime. O general Sylvio Frota, que tentou emparedar o presidente Ernesto Geisel em 1977, quando ministro do Exército, era o principal representante dessa facção. Demitido por Geisel, tentou derrubar o presidente, convocando os comandantes do Exército a aderir a um golpe. Mas o presidente, antecipando esse movimento, chamou todos os generais que comandavam as tropas para uma reunião no Planalto, esvaziando Frota, que pediu reforma e foi para a reserva.
O segundo comentário está mais para uma pergunta: estamos em uma realidade paralela na qual Weintraub se transformou em um dos últimos bastiões da honestidade, da família, das orações e do combate às drogas?