A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quarta-feira (31) pelo IBGE, mostra que o número de pessoas desempregadas no Brasil foi estimado em 14,3 milhões no trimestre encerrado em janeiro. Embora a taxa de desocupação tenha ficado estável em 14,2% frente ao trimestre anterior, foi a mais alta para um trimestre até janeiro. Já o contingente de pessoas ocupadas aumentou 2% e chegou a 86 milhões. Isso representa 1,7 milhão de pessoas a mais no mercado de trabalho em relação ao trimestre finalizado em outubro. Assim, o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar ficou em 48,7%.
Conforme o IBGE, a maior parte desse aumento veio da população informal. O número de empregados sem carteira assinada no setor privado subiu 3,6% em relação ao trimestre anterior, o que representa um aumento de 339 mil pessoas. Já os trabalhadores por conta própria sem CNPJ aumentaram em 4,8% no mesmo período, totalizando 826 mil pessoas a mais. Os trabalhadores domésticos sem carteira, após crescerem 5,2% frente ao trimestre anterior, somam 3,6 milhões de pessoas.
A Pnad de janeiro aponta também que os trabalhadores do setor privado com carteira de trabalho assinada e os empregadores foram duas categorias que mantiveram estabilidade frente ao trimestre encerrado em outubro. Mas na comparação com o mesmo período do ano anterior, o cenário é de queda. São 3,9 milhões de trabalhadores com carteira assinada a menos no setor privado. Já a queda no número de empregadores foi de 548 mil pessoas.
A população fora da força de trabalho (76,4 milhões de pessoas) caiu 1,1% (817 mil pessoas) ante o trimestre anterior e cresceu 16,2% (10,6 milhões de pessoas) frente a igual trimestre de 2020. Já a população desalentada (5,9 milhões de pessoas) ficou estável em relação ao trimestre anterior e 25,6% acima do observado no mesmo período de 2020.
Apenas três entre os dez grupamentos de atividades pesquisados cresceram na ocupação no trimestre encerrado em janeiro. Houve aumento de 4,8% no número de ocupados dos serviços domésticos, o que representa 228 mil pessoas a mais no mercado. Já o aumento do setor da agricultura foi de 2,7%, ou mais 225 mil pessoas. No mesmo período, cerca de 313 mil pessoas passaram a trabalhar no setor de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, que teve a sua ocupação elevada em 3,1%. Os números dos demais grupamentos ficaram estáveis.