Mais mortes que nascimentos
A velocidade com que o novo coronavírus está matando no Brasil pode levar o país a registrar, em 2021, o primeiro ano da história em que as mortes superariam os nascimentos. O alerta demográfico é dado pelo neurocientista Miguel Nicolelis, em artigo publicado no Correio Braziliense no domingo (4). Ele afirma que, desde o início do ano, a diferença entre nascimentos e mortes está caindo no país. Em fevereiro, foram registrados 200.034 nascimentos e 121.559 óbitos (por covid-19 e outras causas), resultando em uma diferença de 78.475 habitantes acrescentados à população. Em março, esse número caiu para 47.047 — foram 220.302 nascimentos e 173.255 mortes. “Tal tendência ilustra a magnitude profundamente épica do impacto da covid-19 no país”, escreveu Nicolelis.
Covid-19 x H1N1
A campanha anual de imunização contra a influenza vai começar. Por se tratarem de doenças diferentes, as vacinas não são compatíveis. É preciso respeitar um intervalo de duas semanas entre cada inoculação. Saiba como proceder:
Quem pode tomar as vacinas contra a covid-19 e a gripe?
É preciso prestar muita atenção, pois os grupos prioritários mudam de acordo com a vacinação.
Qual das vacinas deve ser priorizada?
Ambas são essenciais, pois ajudam a evitar complicações respiratórias que exigiriam internações e até morte.
Mas qual a razão desse intervalo de duas semanas?
Segurança. “Nós ainda não temos estudos de coadministração que permitam saber a resposta do sistema imunológico à aplicação conjunta dos dois imunizantes, contra a gripe e contra a covid-19”, explicou Patricia Mouta, da Bio-Manguinhos/FioCruz.
O Brasil tem doses garantidas para proteger a população contra a covid-19 e a gripe?
No caso das vacinas contra a gripe, a preocupação com uma eventual escassez é inexistente. O Brasil é autossuficiente: a fabricação fica a cargo do Instituto Butantan, que não depende mais da importação do insumo farmacêutico ativo (IFA). No caso da covid-19, ainda dependemos da importação do IFA e das doses prontos.
Na fronteira sul
O Uruguai planeja vacinar cerca de 70% de seus quase 3,5 milhões de habitantes até o fim do primeiro semestre de 2021. Diante da demora brasileira, muitos uruguaios que vivem no Brasil voltaram em busca de imunização. Juntos estão brasileiros com dupla cidadania, principalmente residentes na cidade gaúcha de Santana do Livramento, que é separada por uma rua da uruguaia Rivera. A vacinação na fronteira aberta entre os dois países é considerada fundamental pelas autoridades uruguaias. Na imagem em destaque, o enfermeiro Ricardo Cardozo, de 29 anos. Ele tem dupla nacionalidade e atua na linha de frente da saúde tanto no Uruguai quanto no Brasil. Ele foi o primeiro a receber o imunizante em Santana do Livramento em 21 de janeiro deste ano.
Britânicos testados em massa
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou nesta segunda-feira (5), que todos os moradores do país poderão fazer teste de covid-19 duas vezes por semana, em uma nova e inédita campanha de rastreamento da doença. A intenção é controlar novas ondas da infecção agora que a vacinação avança, permitindo que a economia reaqueça.
Cidade isolada na China
A China relatou o maior salto diário de novas contaminações em apenas uma cidade em mais de dois meses. Foram 15 novos casos em Ruili, na fronteira com Mianmar. O governo local colocou os residentes da área urbana sob quarentena domiciliar, restringiu a entra e saída de moradores e visitantes e lançou uma ampla campanha de testagem.
Prioritários na fila até setembro
Com a lenta vacinação no Brasil, os grupos prioritários (77,2 milhões de pessoas) não estarão imunizados antes de setembro, apontam projeções de especialistas consultados pelo jornal O Estado de S.Paulo, nesta segunda-feira (5). Qualquer previsão mais otimista dependerá de um grande e contínuo aumento dos vacinados. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem capacidade para atender pelo menos dois milhões de pessoas por dia, desde que existam doses disponíveis.
Atrás do dinheiro
O Ministério Público de Contas, do Tribunal de Contas da União (TCU), quer que o governo federal esclareça qual fonte de recurso foi usada para pagar influenciadores digitais que divulgaram medicamentos para “atendimento precoce” contra a covid-19. O pedido foi assinado pelo subprocurador-geral do MP de Contas, Lucas Furtado, e precisa ser aceito pelo TCU.
O que mais MONEY REPORT publicou
- Pressão deve acelerar julgamento no STF de liberação de missas e cultos presenciais
- Gilmar Mendes diverge de Nunes Marques e veta cultos e missas em São Paulo
- Pacheco pede a investidores que não desistam do Brasil
Painel Coronavírus
Vacinados
- 664,6 milhões no mundo (8,86% da população)
- 21,0 milhões no Brasil (9,95% da população)
Segunda dose - 144,26 milhões no mundo (1,9% da população)
- 4,59 milhões de brasileiros (2,2% da população)
Leitos de UTI
- 80% * de ocupação total em 16 estados brasileiros e o DF
* Não há uma contagem sistemática e centralizada dos leitos de UTI disponíveis nas redes pública e privada do país. O levantamento de MR é baseado nas informações veiculadas na imprensa
Casos confirmados
• 13.013.601 – acumulado
• 28.645 – novos infectados
• 11.436.189 – recuperados
• 1.244.660 – em acompanhamento
• 6.192,6 – incidência por grupo de 100 mil habitantes
Mortes confirmadas
• 332.752 – óbitos acumulados
• 1.319 – novas vítimas fatais
• 2,6% – letalidade
• 158,3 – mortalidade por grupo de 100 mil habitantes
Dados atualizados em 05/04/21 – 20h
Fontes: Ministério da Saúde, consórcio de veículos de imprensa, Universidade Johns Hopkins (EUA) e Fiocruz