Em entrevista ao Estadão, publicada neste domingo (18), o ministro Gilmar Mendes falou sobre a decisão do STF que anulou as condenações do ex-presidente Lula no âmbito da Lava-Jato. A Corte entendeu, em julgamento encerrado na última semana, que os casos contra o petista não tinham ligação com os desvios investigados na Petrobras e por isso não deveriam ter ficado em Curitiba, sob análise do ex-juiz Sergio Moro. Gilmar esclareceu que o Supremo discutiu questões meramente processuais e não entrou no mérito se Lula cometeu corrupção passiva e lavagem de dinheiro. “O que o tribunal está mandando é para o juiz competente processar e julgar as denúncias. É isso. Não foi uma absolvição. Claro que cancela as condenações, mas manda que o juiz competente prossiga no seu julgamento”. Gilmar Mendes também afastou a possibilidade de o plenário do STF reavaliar a suspeição de Moro no caso do tríplex do Guarujá, debatida na Segunda Turma. O ministro ainda considerou que o julgamento de Lula não irá provocar um efeito cascata e beneficiar outros réus. “É muito delimitado. É uma situação muito personalista mesmo.”