O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), voltou a defender o fatiamento da reforma tributária para facilitar a aprovação. Segundo Lira, a ideia é que os parlamentares comecem a votar os temas mais simples e consensuais e deixem os pontos mais complexos para serem debatidos amplamente ao longo do ano. Ele concedeu entrevista ao programa Canal Livre, da Rede Bandeirantes, exibida na noite de domingo (2).
Para Arthur Lira, a mudança no sistema tributário é essencial para o país voltar a crescer, pois a legislação atual, na avaliação do presidente, prejudica o crescimento econômico pela falta de segurança jurídica para garantir o investimento. Lira afirmou que está otimista em relação à aprovação da proposta.
“Quando digo que sou otimista, eu sei que todos os temas são difíceis, mas ele é absolutamente necessário. O país não pode continuar mais com essa dúvida sobre o pagamento dos impostos, não podemos admitir que a Receita faça 1.900 regulamentações em cima daquilo que o Congresso faz. Está em discussão no STF uma causa tributária de mais R$ 200 bilhões. A legislação precisa de uma atualização, a nossa legislação tributária faliu, está prejudicando o desenvolvimento do nosso País”, criticou.
Lira destacou que uma das possibilidades poderia ser a votação do texto que institui a Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS). Essa última proposta faz parte da reforma tributária e foi encaminhada pelo governo em julho do ano passado e substitui o PIS/Pasep e a Cofins (PL 3887/20). Por se tratar de um projeto de lei, necessitaria apenas de maioria simples para ser aprovado.
Imposto digital
Por outro lado, o presidente afirmou que a possibilidade da inclusão de um imposto digital, o que muitos críticos apontam como a retomada da CPMF, é um tema complexo e, por essa razão, é necessário ampliar o debate. Lira disse ainda que não se pode acrescentar os setores mais prejudicados na pandemia neste primeiro momento da reforma. Para ele, é importante buscar consenso para os temas e dar celeridade no texto.
“Não tenho compromisso de mérito de votar, mas temos o compromisso de pautar e trazer o tema para uma discussão de maneira bem ampla e democrática”, disse. “Se você chama de CPMF, você já assassina a discussão. É um imposto digital e não podemos comparar com a CPMF de 20 anos atrás. Você tem que ter um imposto digital se quiser ser mais expansivo, mas é uma discussão mais ampla. Agora, se tiver um destino específico, você já apazigua um pouco, mas vai ser uma discussão no seu tempo”, completou. (com informações da Agência Câmara de Notícias)