O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello será ouvido na quarta-feira (5) na CPI da Pandemia no Senado e, ao que parece, não deve admitir que houve erros em sua gestão no enfrentamento à crise sanitária. Segundo a coluna da Thaís Oyama, no UOL, Pazuello treinou seu depoimento dentro do Palácio do Planalto e pretende dividir a sua defesa em quatro etapas, apontando os fatores e os responsáveis pelo agravamento da doença no país em sua avaliação.
O primeiro alvo deverá ser a Organização Mundial da Saúde (OMS) e um suposto atraso na decretação do estado da pandemia. O fato teria permitido a realização das festas de Carnaval em 2020. O STF pode aparecer como segundo foco, com a decisão que garantiu autonomia a governadores e prefeitos para que adotassem medidas mais rígidas para conter a disseminação do vírus. A base governista usa a narrativa de que o posicionamento da Corte teria impedido o presidente Jair Bolsonaro de liderar um plano nacional.
A terceira etapa da estratégia do ex-ministro envolve as chamadas boas iniciativas do governo no combate à crise, destacando a aprovação do auxílio emergencial, o início das tratativas para a compra das vacinas e o repasse de verbas aos estados e municípios. Pazuello, no quarto estágio de sua fala, deve criticar a realização das eleições municipais do ano passado. Ele pretende dizer que defendeu o adiamento do pleito e sugerir que os comícios e outras aglomerações foram responsáveis pela segunda onda da pandemia.
No papel, o discurso do general está bem afinado com o Planalto. Na quarta, o jogo será para valer. Será que os argumentos de Pazuello conseguirão convencer os senadores?