A CPI da Pandemia vai questionar nesta quinta-feira (6) o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre a revelação de que a pasta propagandeou um número de vacinas contratadas inferior ao real. O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), confirmou que esse será um dos principais assuntos a serem tratados com Queiroga. “Vamos saber se tem ou não vacina e quais são os contratos. Vou esperar o ministro aqui com essa resposta”, afirmou.
Durante a semana, reportagens na imprensa apontaram que o Ministério da Saúde tem anunciado um número de doses que é aproximadamente o dobro do que foi efetivamente adquirido até agora. Em resposta oficial a um questionamento do deputado Gustavo Fruet (PDT-PR), a pasta admitiu ter 281 milhões de doses garantidas, e outras 282 milhões “em negociação”. O ministério vinha falando publicamente em 560 milhões de doses garantidas. O número foi citado, inclusive, após a primeira reunião do Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento da Pandemia, em março.
Aziz também falou da expectativa da CPI para ouvir na próxima semana o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo. Um dos temas em pauta, segundo o presidente, será a postura do Itamaraty diante da China durante a gestão do então chanceler. Para o senador, os ataques permanentes do ex-ministro ao país asiático podem ter prejudicado o Brasil em várias frentes.
“Vamos saber se o governo atrapalhou a chegada do IFA (ingrediente farmacêutico ativo, para fabricação de vacinas) chinês, mas não estamos tratando apenas disso. Quando você fecha parcerias comerciais e elas deixam de existir, demora anos para retomar. Não é só o vírus que mata brasileiros. Pode haver problemas econômicos. Um parceiro comercial como a China não dá para desprezar”, declarou. (com informações da Agência Senado)