O presidente Jair Bolsonaro (imagem), no final de 2020, montou um esquema para o repasse de verbas à sua base de apoio no Congresso e criou um orçamento paralelo de R$ 3 bilhões em emendas, boa parte destinada à compra de tratores e equipamentos agrícolas por preços até 259% acima dos valores de referência fixados pelo governo, aponta uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo divulgada na noite de sábado (9). O flagrante do uso do dinheiro público aparece num conjunto de 101 ofícios enviados por deputados e senadores ao Ministério do Desenvolvimento. O repasse atropela as leis e dificulta o controle pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), por exemplo, determinou a aplicação de R$ 277 milhões de verbas públicas só do Ministério do Desenvolvimento Regional. Ele solicitou uma cota de R$ 72 milhões.
- Outros beneficiados: Vicentinho Junior (PL-TO) R$ 600 mil, Flávia Arruda (PL-DF) R$ 5 milhões, Bosco Saraiva (Solidariedade-AM) R$ 2 milhões e Claudio Cajado (PP-BA) R$ 12 milhões.