A retomada dos trabalhos da CPI da Pandemia no Senado, no início da noite desta quarta-feira (12), contou com o presidente do comitê, senador Omar Aziz (PSD-AM), comunicando que o depoimento do ex-secretário de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wajngarten, será encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF). Wajngarten foi flagrado mentindo aos senadores e pode ser processado por falso testemunho. A medida foi adotada mediante um pedido do senador Humberto Costa (PT-PE), que considerou o depoimento uma tentativa de desmoralização da CPI.
Na reabertura, Aziz alertou o ex-secretário que ele pode se ver em maus lençóis com a Justiça. “Uma CPI tem consequências”, disse. Antes da pausa, o presidente da CPI evitou que o relator, Renan Calheiros (MDB-AL) desse voz de prisão ao depoente. O senador amazonense alegou que não havia justificativas para uma prisão em flagrante, mas que um processo poderia ser iniciado. “Você perdeu muito aqui”, afirmou Aziz, citando a credibilidade de Wajngarten, que na iniciativa privada atua com pesquisa de mídia e comunicação.
Em um depoimento cheio de hesitações, negativas e tergiversações, Wajngarten foi pressionado até revelar que o governo ignorou por dois meses uma carta da Pfizer alertando que a demora na aquisição antecipada de vacinas poderia comprometer a futura campanha brasileira de imunização, já que a procura de outros países seria muito grande – o que ocorreu.
Na quinta-feira (13), o ex-chanceler Ernesto Araújo deve ser ouvido pelos senadores.