O gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, disse nesta quinta-feira (13), em depoimento à CPI da Pandemia no Senado, que a farmacêutica teve a primeira reunião com o governo brasileiro sobre o desenvolvimento de sua vacina contra o novo coronavírus em maio de 2020. Com o avanço promissor dos estudos, que apontavam para a eficiência e a segurança do imunizante contra o doença, o representante do laboratório afirmou que as primeiras ofertas para a compra de 30 milhões de doses e outra de 70 milhões de doses foram feitas em 14 de agosto do ano passado e tinham a previsão de entrega para dezembro. Murillo acrescentou que uma nova proposta foi enviada em 26 de agosto e tratava da disponibilização de 1,5 milhão doses até o fim de 2020 e 3 milhões doses no primeiro trimestre 2021. “O governo do Brasil não rejeitou, mas tampouco aceitou”, disse.
Carta
Na audiência, Carlos Murillo também confirmou que, diante da ausência de manifestação, o CEO global da Pfizer encaminhou uma carta às autoridades nacionais reforçando o interesse em buscar um acordo. “A carta foi enviada o 12 de setembro, assinada por nosso CEO global, e tinha dirigido o presidente (Jair) Bolsonaro e mais outras autoridades do governo”, declarou. Além de Bolsonaro, o executivo contou que o documento ainda teve como destino vice-presidente Hamilton Mourão, o general Braga Neto (então ministro da Casa Civil), o general Eduardo Pazuello (que ocupava o Ministério da Saúde), o ministro da economia, Paulo Guedes, e o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Foster.