O Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) emitiu um alerta conjunto de emergência hídrica para a área da Bacia do Paraná (imagem), que abrange os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. O documento prevê chuvas abaixo da média entre junho e setembro. É a primeira vez que o órgão emite um alerta desta natureza para esta região.
O SNM é coordenado pelos Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Cansipam). O alerta também foi subscrito por todos os órgãos federais ligados à meteorologia, como a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden).
Por causa do alerta, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), vinculado ao Ministério de Minas e Energia (MME), se reuniu nesta quinta-feira (27), em caráter extraordinário, para avaliar as condições de suprimento energético ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Há temor que a escassez gere um aumento nos preços da energia, com a necessidade de ativar usinas termelétricas.
Conforme destaca o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as chuvas permanecem abaixo dos valores médios históricos, resultando nos piores montantes verificados para o SIN no período de setembro do ano passado a maio deste em 91 anos de registros.
Por causa dessa situação, o CMSE decidiu implementar flexibilizações das restrições hidráulicas relativas às usinas hidrelétricas Jupiá (SP/MS), Porto Primavera (MS/SP), Ilha Solteira (MS/SP), Três Irmãos (SP), Furnas (MG), Mascarenhas de Moraes (MG) e Xingó (AL/SE).
O CMSE também vai recomendar à ANA que seja reconhecida a situação de escassez hídrica na Bacia do Rio Paraná. As propostas deliberadas ainda precisam ser avaliadas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
De acordo com o informe da SNM, a escassez ocorre desde 2019. “A análise das chuvas entre outubro de 2019 a abril de 2021 para a bacia do Rio Paraná (Figura 1) indica que, com exceção de alguns meses quando as precipitações ficaram acima da média climatológica (dezembro/2019, agosto/2020 e janeiro/2021), durante a maior parte do período houve predomínio de déficit de precipitação, principalmente a partir de fevereiro/2021”, alerta o boletim.
As perspectivas climáticas indicam que nos próximos meses haverá o período de menor volume de chuvas na região central do Brasil, que por sua vez abastece as bacias do Paraná e parte da calha sul do Amazonas. “A previsão indica para o período junho-julho-agosto/2021 a mesma tendência, ou seja, pouco volume de chuva na maior parte da bacia do Rio Paraná. Essa previsão é consistente com a de outros centros internacionais de previsão climática”, diz a nota.
Em maio, por exemplo, o acumulado parcial de precipitação foi de 27 milímetros para a bacia, abaixo do acumulado climatológico de 98 milímetros para o mesmo período.
(com Agência Brasil e Agência Senado)