A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (4), o arquivamento da investigação da Polícia Federal (PF) sobre a suspeita de participação de parlamentares da base aliada do governo na organização e no financiamento dos atos antidemocráticos ocorridos em 19 de abril de 2020. Os manifestantes pediam o fechamento do Congresso e do próprio STF, com a reedição de um novo Ato Institucional número 5 (AI-5), que em 1968 extinguiu de vez as liberdades políticas durante a Ditadura Militar (1964-1985). Na ocasião, o próprio presidente Jair Bolsonaro discursou em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília.
Após cinco meses de espera, o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, avaliou que a PF não conseguiu apontar a participação ilegal de oito deputados e de um senador (confira a abaixo). Alguns deles teriam usado parte de suas cotas parlamentares, destinadas às despesas do mandato, na divulgação dos protestos nas redes sociais, repassando também cerca de R$ 30 mil para a empresa de marketing digital responsável pela marca do Aliança pelo Brasil, o partido que o presidente Bolsonaro tenta criar sem sucesso.
A investigação foi autorizada pelo ministro do Supremo, Alexandre de Morais e corria junto à PGR desde 20 de abril do ano passado. Bolsonaro não foi investigado. Mesmo assim, o trabalho da PF segue. Os deputados Daniel Silveira (PSL-RJ) e Otoni de Paula (PSC-RJ) estão denunciados ao STF no mesmo inquérito.
Além do senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ), deixaram de ser investigados os deputados:
- Alê Silva(PSL-MG)
- Aline Sleutjes(PSL-PR)
- Bia Kicis (PSL-DF), na imagem de destaque
- Carla Zambelli (PSL-SP)
- Caroline de Toni (PSL-SC)
- General Girão (PSL-RN)
- Guga Peixoto (PSL-SP)
- Junio Amaral (PSL-MG)