O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, rebateu a versão apresentada pela médica infectologista Luana Araújo de que a indicação dela para chefiar a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 não teria sido aprovada pela Casa Civil. Em novo depoimento à CPI da Pandemia, Queiroga disse nesta terça-feira (8) que a decisão de não concretizar a nomeação de Luana partiu dele. “Eu entendi que, naquele momento, a despeito da qualificação que a doutora Luana tem, não seria importante a presença dela para contribuir para harmonização desse contexto. Então, no ato discricionário do ministro, decidi não efetivar a sua nomeação”, afirmou. Questionado pelos senadores sobre alguma interferência no processo, o ministro respondeu que “não houve óbices formais da Secretaria de Governo e da Casa Civil”. Queiroga indicou que a secretaria deve ganhar um titular até a próxima sexta-feira (11) e falou sobre o perfil de profissional que procura para o cargo. “Alguém que tenha qualificação técnica, que conheça o Ministério da Saúde e que seja capaz de me ajudar no combate à pandemia, harmonizar a relação entre os médicos e que tenha sobretudo dedicação e espírito público, como eu estou tendo à frente da pasta, desde o dia que eu assumi.”
Comportamento do presidente
Os parlamentares também perguntaram a postura de Queiroga ante o presidente Jair Bolsonaro, que segue promovendo aglomerações e descumprindo medidas como distanciamento social e uso de máscaras para evitar a disseminação da doença. Sobre os protocolos sanitários, o ministro defendeu o cumprimento por todos os brasileiros, mas afirmou que seguir as recomendações é uma decisão particular de Bolsonaro. “Eu sou um ministro da Saúde. Eu não sou censor do presidente da República. Faço parte de um governo. Presidente da República não é julgado pelo ministro da Saúde.”