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Nº 183: Bolsonaro quer Brasil sem máscara; Janssen ganha puxadinho de validade; proteção na Eurocopa

Vacinados e reinfectando

O presidente Jair Bolsonaro (imagem) afirmou que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prepara um parecer que desobrigará o uso da máscara aos vacinados e aos já infectados pela covid-19. “Para tirar este símbolo que, obviamente, tem sua utilidade para quem está infectado”, disse Bolsonaro. A afirmação é uma irresponsabilidade sanitária no país que é o segundo com mais vítimas fatais (482 mil) e o terceiro em infectados (17,2 milhões). Pesquisadores e entidades, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), recomendam o uso contínuo de proteção facial, pelo menos enquanto durar a pandemia. Afinal, o risco de reinfecção não está eliminado, já que a vacinação só impede as manifestações mais graves da doença. Sem contar que um infectado vacinado assintomático pode contaminar quem estiver desprotegido pelas proximidades. “O governo federal não fechou um botequim. Sabíamos que o vírus era mortal para uma parcela da população, mas era o vírus ou os empregos”, afirmou o chefe do Executivo nesta quinta-feira (10). Bolsonaro também voltou a insistir na necessidade de tratamento precoce com cloroquina e ivermectina, que não têm eficiência contra a doença.

O que MONEY REPORT publicou hoje

Eurocopa mascarada

Adiada em 2020 por causa da pandemia, a Eurocopa de futebol começa nesta sexta-feira (11) com 11 países reabrindo estádios a torcedores ávidos por uma partida entre seleções nacionais. Budapeste (Hungria x Portugal), na Hungria, almeja lotação máxima, enquanto os jogos em São Petersburgo (Bélgica x Rússia) e Baku (Gales x Suíça), na Rússia e no Azerbaijão, respectivamente, acolherão 50% do público. Cada país terá um esquema para garantir segurança sanitária. Independente do índice de vacinados em cada lugar, o uso de máscaras será obrigatório. Os 12 jogos da primeira rodada devem atrair meio milhão de torcedores.

A Europa ainda não está segura

Diretor da OMS para Europa, Hans Klug: “Evite o erro do verão de 2020”

O nível de vacinação na Europa ainda é insuficiente para evitar o ressurgimento da pandemia, alertou o diretor da OMS para o continente, Hans Kluge, na noite desta quinta-feira (10). Apesar do avanço das campanhas, apenas 20% dos europeus estavam totalmente imunizados na quarta-feira (9). Kluge pediu a manutenção dos protocolos, como higiene das mãos, máscaras, medidas de distanciamento e que se evitem viagens ao exterior enquanto as vacinações ocorrem. A entidade reiterou a preocupação com a circulação das cepas, como a agressiva Delta, identificada na Índia.

Passou do prazo, mas vale

A Administração de Alimentos e Drogas (FDA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos estendeu nesta quinta-feira (10) a validade de doses da vacina da Janssen, braço da Johnson & Johnson, que expiram em julho e seriam descartadas. A vida útil do imunizante passou de três para quatro meses e meio, baseado em estudos de avaliação de estabilidade sob refrigeração entre -36°C a -46°C. A notícia é bem-vinda em estados americanos que iriam jogá-las no lixo em 24 de junho, como o Arkansas, Arizona, Iowa e Ohio. O Brasil, que enfrenta o mesmo problema com o adiantamento da entrega de um lote de 3 milhões de doses, também foi beneficiado.

A saga da Pfizer no Planalto

Em 27 de agosto de 2020, representantes da Pfizer procuraram a embaixada brasileira em Washington para pedir ajuda junto ao governo brasileiro para a obtenção de alguma resposta sobre a compra dos imunizantes oferecidos em 14 de agosto. A informação foi repassada pela embaixada ao Itamaraty. O documento sigiloso foi enviado à CPI da Pandemia no Senado. A embaixada informou que a empresa ressaltou a importância da demonstração de interesse por parte do Planalto até 29 de agosto, já que a proposta iria expirar e outros países estavam interessados.

500 milhões de doses aos pobres

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, planeja comprar 500 milhões de doses da Pfizer e doá-las para mais de 92 países subdesenvolvidos – o Brasil não está incluído. Ao mesmo tempo, ele pede que as democracias do mundo façam sua parte para ajudar a acabar com a pandemia. O comunicado da Casa Branca chegou às vésperas do encontro do G7, quando Biden se encontrará com outros líderes globais. Serão 200 milhões de doses em 2021 e 300 milhões na primeira metade de 2022, a um preço sem margem de lucro para as farmacêuticas. Essa oferta se junta às 80 milhões de doses já prometidas por Washington até o fim de junho e aos US$ 2 bilhões doados ao Consórcio Covax, da OMS.

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Informe publicitário

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Vacinação de grávidas suspensas no Rio

A cidade do Rio de Janeiro suspendeu a vacinação com a primeira dose para grávidas e puérperas acima de 18 anos com comorbidades por falta de imunizantes da Pfizer e da CoronaVac. A aplicação da AstraZeneca/Oxford nesse grupo está suspensa desde 11 de maio, após a morte de uma gestante. As causas estão em investigação.

Leitos de UTI

Mais 364 leitos de UTI com suporte ventilatório pulmonar para atendimento exclusivo aos pacientes confirmados ou com suspeita de covid-19 foram autorizados pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (10) para Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. A autorização ocorre sob demanda dos estados, com o aumento dos casos.

Uma campanha bem direta

O prefeito de Florianópolis (SC), Gean Loureiro (DEM), deixou um recado claro em seu Twitter. A melhor vacina é a que estiver disponível e não se fala mais nisso.

Painel Coronavírus

Vacinados (cumulativos)
• 2,26 bilhões no mundo (30,13% da população)
• 74,81 milhões no Brasil (35,45% da população)

Segunda dose
• 446 milhões no mundo (6,1% da população) *
• 23,8 milhões de brasileiros (11,1% da população)
* dados arredondados

Leitos de UTI
• 90% * de ocupação total em 11 estados brasileiros e o DF
* Não há uma contagem sistemática e centralizada dos leitos de UTI disponíveis nas redes pública e privada do país. O levantamento de MR é baseado nas informações veiculadas na imprensa

Casos confirmados no Brasil
• 17.210.969 – acumulado
• 88.092 – novos infectados
• 15.670.754 – recuperados
• 1.058.196 – em acompanhamento
• 8.190,0 – incidência por grupo de 100 mil habitantes

Mortes confirmadas no Brasil
• 482.019 – óbitos acumulados
• 2.504 – novas vítimas fatais
• 2,8% – letalidade
• 229,4 – mortalidade por grupo de 100 mil habitantes

Dados atualizados em 10/06/21 – 19h

Fontes: Ministério da Saúde, consórcio de veículos de imprensa, Universidade Johns Hopkins (EUA) e Fiocruz

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