O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para autorizar a realização da Copa América no Brasil. Pouco antes das 18 horas, seis dos 11 ministros haviam votado por não impedir o torneio. Os demais devem se manifestar até 23h59. A primeira partida, entre Brasil e Venezuela, está marcada para o próximo domingo (13), às 18 horas, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. A competição que reúne as seleções sul-americanas será encerrada em 10 de julho.
São julgados em conjunto três processos, todos pautados numa sessão de 24 horas do plenário virtual do Supremo, ambiente digital em que os ministro publicam seus votos por escrito, sem debate oral. Nas três ações são alegados motivos sanitários para o cancelamento da Copa América, que deixou de ser realizada na Argentina – e antes na Colômbia – por causa da pandemia.
O consenso é que o STF não tem competência para impedir a competição, que cabe ao Executivo local ou nacional. O papel da instituição é exigir que o governo planeje e cumpra as medidas sanitárias para mitigar o risco de disseminação do novo coronavírus. Votaram pela competição os ministros Marco Aurélio Mello, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Edson Fachin, Gilmar Mendes e Dias Toffoli.
Houve reações por parte de jogadores da Seleção Brasileira e do técnico Tite, que se mostraram contrariados com a competicão decidida em cima da hora, ainda que o Campeonato Brasileiro esteja em curso e os Jogos Olímpicos de Tóquio estão na agenda. O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, tentou demitir o técnico Tite, mas acabou afastado por um escândalo de assédio e desgastes com seus pares, sendo substituído por Antônio Carlos Nunes. O embate político e o impasse sanitário fez com que patrocinadores desistissem de expor suas marcas na Copa América, que é chamada por críticos mais agudos de Cepa América.