A suspeição do agora ex-juiz Sergio Moro foi estendida para outros dois processos envolvendo o ex-presidente Lula (imagem),por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, nesta quinta-feira (24). Com isso, os casos do Sítio de Atibaia e a doação do imóvel que sediou o Instituto Lula saem da 13ª Vara Federal de Curitiba, onde Moro atuava antes de ser ministro da Justiça, para serem julgados novamente desde o início.
A defesa de Lula argumentou que todos os atos, inquéritos e julgamentos que Moro participou como magistrado estariam contaminados e, por isso, sua suspeição era necessária. Nenhuma das documentações levantadas ou depoimentos tomados poderão ser reaproveitados em qualquer outra jurisdição. A decisão de Mendes precisará ser corroborada pelo colegiado do STF.
Em seu despacho, Gilmar Mendes afirmou que o petista foi processado nas três ocasiões em um “cenário permeado pelas marcantes atuações parciais e ilegítimas do ex-juiz”. Ele citou também o levantamento do sigilo da delação premiada do ex-ministro Antônio Palocci Filho, “com finalidades eleitorais em meio ao pleito em curso naquele momento [eleição de 2018]”. Tanto que, depois da vitória do rival eleitoral Jair Bolsonaro, Moro aceitou o convite para ser Ministro da Justiça.