Contágio, variantes e terceira dose
Com um tempo de duplicação de 3 a 16 dias, a cepa delta (B.1.617.2) pode causar um aumento acentuado nos casos de covid-19. Algo consistente com as ondas anteriores da pandemia, aponta um artigo da revista científica The Lancet. O estudo Legacy, da University College London Hospitals e do Francis Crick Institute, destaca a manutenção da efetividade da Covishield aplicada no Reino Unido contra essa variante, hoje dominante no país. A eficácia se manteve em 79% após duas doses, abaixo dos 85%-90% de eficácia global. Mesmo assim, é um bom desempenho. Há também a sugestão de doses de reforço no futuro, principalmente em grupos que receberam imunizantes com baixa eficácia. “Os resultados destacam a necessidade urgente de monitoramento sorológico expandido de subpopulações. Isso permitirá um melhor entendimento da evolução da eficácia das vacinas e facilitará a produção de vacinas atualizadas, garantindo assim a máxima proteção contra as variantes”, finalizou o artigo.
O que MONEY REPORT publicou hoje
- Davati tentou aplicar golpe no Canadá com doses da AstraZeneca, denuncia Veja
- Superpedido de impeachment contra Bolsonaro é apresentado à Câmara
- Saiba quem serão os próximos depoentes da CPI
- Pearson lança comunicado desvinculando sua escola de idiomas de Carlos Wizard
- Wizard nega envolvimento em gabinete paralelo e decide se calar
- Miranda fala em oferta de propina para não atrapalhar negócio
- Pacheco não tem pressa para decidir sobre prorrogação da CPI da Pandemia
O que Wizard se recusou a responder à CPI
O resumo do que não respondeu o empresário suspeito de pertencer ao gabinete paralelo da saúde, Carlos Wizard Martins, nesta quarta-feira (30). Munido de um habeas corpus (HC) preventivo concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, ele evitou se autoincriminar diante dos senadores.
- Missão: antes de começar a ser questionado, o empresário afirmou que o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o convidou para que contribuísse no acompanhamento de grandes contratos relacionados aos EPIs, respiradores e medicamentos do tratamento precoce – não sendo citadas as farmacêuticas;
- Voluntário: disse não haver vínculo empregatício com o ministério, sendo ele apenas um “voluntário”. O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) afirmou, ao final da sessão: “Isso é admissão de culpa e da existência do gabinete paralelo. Ausência de vínculo com a administração pública se configura em usurpação da função pública”. Contarato apontou que a existência desse trabalho paralelo provocou a retirada da autonomia dos ex-ministros;
- Sem interesse: ao relator, o empresário disse que não tinha a intenção de participar da compra de vacinas;
- Silêncio frustrante: sobre a motivação para sua aproximação com o presidente Bolsonaro, Wizard respondeu: “Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”. O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) rebateu: “Confesso que me sinto frustrado. O senhor poderia mostrar seu trabalho como cristão aqui”.
- Imunizado EUA: apesar de defensor do tratamento precoce – comprovadamente ineficaz -, o empresário confirmou o que já era público. Ele foi imunizado em dezembro de 2020, nos Estados Unidos, com a vacina da Pfizer, antes do início da campanha no Brasil;
- Velho amigo: o senador Marcos do Val (Podemos-ES) relatou emocionado: “Fui contatado por Carlos Wizard dizendo que tinha um grupo de médicos que estava estudando essas medicações [do kit covid]”;
- Direito ao silêncio: “O senhor tem ideia do privilégio de sentar aqui e se calar?”, questionou a senadora Simone Tebet (MDB-MS);
- Sigilos: o advogado criminalista Alberto Zacharias Toron disse que os sigilos bancário e fiscal de Wizard serão entregues à comissão voluntariamente. Não ficou claro se a decisão também se aplicaria aos acessos telefônico e telemático [mensagens de texto e e-mails];
Perguntas do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), e as respostas de Wizard
- O senhor agiu como conselheiro do Ministério da Saúde? “Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”;
- Foi convidado para uma secretaria do Ministério da Saúde? Qual? “Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”;
- Agiu com o empresário Luciano Hang e outros empresários para adquirir a Covaxin? “Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”;
- Conhece o empresário Luciano Hang? “Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”;
- Conhece o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello? “Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”;
- Conhece o coronel da reserva Marcelo Pires, ex-diretor de Programa da Saúde? “Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”;
- Conhece o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga? “Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”;
- Conhece Francisco Maximiano? “Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”;
- Francisco Maximiano possui vínculo com suas empresas? “Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”
- O senhor tem conhecimento do esquema investigado na operação Falso Negativo da Polícia Federal? “Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”;
- Conhece o deputado Ricardo Barros (PP-PR)? “Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”;
- Vossa senhoria mantém ou mantinha contato frequente com o deputado Ricardo Barros? “Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”;
- O senhor quer entrar no negócio da venda de vacinas? “Não“
- Parlamentares e membros do poder Executivo buscaram o senhor para algum apoio? “Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”;
- O gabinete paralelo reúne um grupo de empresários? “Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”;
- O gabinete paralelo é financiado por um grupo de empresários? “Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”;
- O grupo Médicos pela Vida foi financiado por suas empresas ou empresários ligados ao senhor? “Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”;
- Conhece Nise Yamaguchi? “Me reservo ao direito de permanecer em silêncio”.
A Mesa afirmou que recorrerá ao STF sobre o HC para que as questões sejam esclarecidas em uma nova convocação.
O que disse o governo sobre as denúncias
- Tweets do ministro de Comunicações, Fábio Faria
- Esferas política x judicial
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou na terça-feira (29) que a decisão da CPI de notificar o Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Jair Bolsonaro por prevaricação, na segunda-feira (28), retirou a questão da esfera política. “Agora é esperar o posicionamento do procurador-geral da República e a gente acatar o que ele decidir”, afirmou. O pedido foi encaminhado ao gabinete da ministra Rosa Weber, que abriu prazo para a Procuradoria-Geral da República (PGR) emitir um parecer. A PGR solicitou à ministra que não prossiga com o pedido dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) até a conclusão da CPI, para que não se instaure uma investigação concorrente sobre os mesmos fatos envolvendo a Covaxin.
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Maior intervalo, maior proteção
O Ministério da Saúde distribuiu até agora cerca de 130 milhões de doses de 4 tipos de vacina. Quase metade é da AstraZeneca. Inicialmente, o intervalo entre as duas doses dessa vacina era de quatro semanas. Depois aumentou para três meses. Agora, pesquisadores da Universidade de Oxford indicam que pode ser mais vantajoso tomar a segunda dose 11 meses após a primeira. Os dados preliminares mostram que um intervalo maior pode aumentar a resposta imunológica até 18 vezes. O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBI), Renato Kfouri, afirmou que os estudos são importantes, mas que por enquanto é preciso tomar a segunda dose no tempo estabelecido.
Erros na Coreia do Norte
O ditador sul-coreano Kim Jong-un (imagem) afirmou que o país passa por uma crise na luta contra a pandemia e que erros graves foram cometidos por funcionários de alto escalão do regime – que foram afastados. Há pouco, Pyongyang afirmava que não havia registros da doença no país – o que era improvável e difícil de acreditar. Em discurso nesta quarta-feira (30), Kim disse que o coronavírus foi debelado e afastado da fronteira, mas não deu detalhes de quão grave a situação se tornou nem se ele se referia à China ou à Coreia do Sul.
FAQ da Fiocruz
Painel Coronavírus
Vacinados (cumulativos)
• 3,04 bilhões no mundo (40,5% da população)
• 98,83 milhões no Brasil (46,39% da população)
Segunda dose *
• 802,5 milhões no mundo (10,7% da população)
• 26,19 milhões de brasileiros (12,3% da população)
* dados aproximados
Casos confirmados no Brasil
• 18.557.141 – acumulado
• 43.836 – novos infectados
• 16.858.632 – recuperados
• 1.180.443 – em acompanhamento
• 8.830,5 – incidência por grupo de 100 mil habitantes
Mortes confirmadas no Brasil
• 518.066 – óbitos acumulados
• 2.081 – novas vítimas fatais
• 2,8% – letalidade
• 246,5 – mortalidade por grupo de 100 mil habitantes
Dados atualizados em 30/06/21 – 20h
Fontes: Ministério da Saúde, consórcio de veículos de imprensa, Universidade Johns Hopkins (EUA) e Fiocruz