Os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) recorreram na segunda-feira (5) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a prorrogação da CPI da Pandemia. Os parlamentares alegam que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), descumpre o regimento da Casa ao declarar que a solicitação deve ser analisada somente ao término do prazo atual — 7 de agosto.
Na petição feita ao Supremo, os senadores pedem que seja concedida uma liminar para determinar “a adoção de todas as providências necessárias” para a prorrogação da CPI. No pedido, Alessandro e Kajuru classificam a decisão de Pacheco como um “ato omissivo doloso”.
Na sessão plenária da última terça-feira (29), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão, apresentou requerimento de prorrogação dos trabalhos da CPI. O presidente respondeu que o assunto deveria ser apreciado posteriormente, em condições “objetivas e subjetivas” para a prorrogação.
De acordo com Pacheco, a prorrogação não é um ato discricionário ou que dependa da vontade dele, mas sim da “condição objetiva do fato determinado” e do número de assinaturas. A afirmação foi feita no podcast original do senador.
“Minha expectativa como presidente do Senado, vendo a CPI como um órgão do Senado a funcionar nesse instante, com a perspectiva de sua prorrogação, é que possa desempenhar com isenção, imparcialidade e com bastante firmeza a apuração de todos os fatos que sejam lesivos à sociedade brasileira. É isso que eu desejo, é nisso que eu acredito”, disse.
O requerimento de prorrogação, apresentado por Randolfe na semana passada, recebeu 34 assinaturas — sete além do mínimo necessário. No entanto, a lista precisa ser lida por Pacheco para ter validade e, até lá, os senadores podem retirar o apoio.
Essa é a segunda vez que os senadores recorrem à Corte em prol do funcionamento da CPI. Em abril, Rodrigo Pacheco anunciou a criação da comissão somente após decisão liminar do STF. Na época, ele considerou a ordem judicial equivocada.
Repercussão
Em rede social, o senador Marcos Rogério (DEM-RO), sem citar a petição pela prorrogação, disse que há “nítida orquestração política em curso, antecipando as discussões eleitorais de 2022”.
“A oposição ainda não desceu do palanque e boicota o Brasil numa tentativa de contrapor o governo Bolsonaro. Enquanto isso, medidas importantes estão paralisadas, dificultando a retomada econômica. É o caso das reformas tributária e administrativa”, escreveu.
Também pela rede social, Randolfe Rodrigues manifestou apoio à iniciativa do senador Alessandro Vieira.
Recesso
Outra discussão no Senado é sobre o recesso parlamentar, marcado para começar em 16 de julho. Inicialmente, a CPI poderá funcionar até o dia 7 de agosto, caso o Senado entre em recesso. Os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), presidente e relator da comissão, respectivamente, defendem que o Senado não entre em recesso, o que forçaria a interrupção das atividades da comissão. Caso não haja o recesso e nem a prorrogação, a CPI da Pandemia deve ser encerrada no fim deste mês.
Da Agência Senado