A Corte de Apelação britânica concordou, nesta terça-feira (27), em reabrir um processo de indenização de US$ 7 bilhões contra a mineradora anglo-australiana BHP Billington por causa do rompimento da barragem de Mariana (MG), operado pela Samarco. O acidente ocorreu em 2015 e causou o maior desastre ambiental da história do Brasil, vitimando 18 pessoas e atingindo 230 municípios nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. A BHP controla a Samarco em conjunto com a mineradora brasileira Vale.
Um grupo de 200 mil requerentes brasileiros pressiona para ressuscitar o processo contra a BHP em solo britânico desde que, em novembro passado, um tribunal de primeira instância julgou o caso como de abuso de processo legal por parte das vítimas. Um juiz recursal manteve a decisão em março, frustrando as esperanças dos reclamantes, que buscavam reparação pelo desastre. Nesta terça, três juízes da Corte de Apelação de Londres reverteram o curso e concederam permissão para sua continuidade.
“Embora entendamos totalmente as considerações que levaram o juiz à sua conclusão de que a ação deveria ser rejeitada, nós acreditamos que o recurso tem uma perspectiva real de sucesso”, informaram o juízes de Londres.
A esperança é que a repercussão internacional do acidente pressione a justiça britânica contra a BHP, que em 2013 chegou a ser a maior mineradora do mundo. As vítimas alegam que há morosidade na Justiça brasileira e, como a BHP Billington possui uma de sus sedes em Londres, onde está cotada na bolsa local e integrada ao índice FTSE100, a ação teria mais chance de vingar.