O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello (imagem), afirmou à Polícia Federal (PF), em Brasília, nesta quinta-feira (29), em depoimento para o inquérito que investiga o suposto crime de prevaricação do presidente Jair Bolsonaro no caso da compra da Covaxin, que o caso foi tratado de modo “informal”. O depoimento começou às 10h e acabou por volta das 14h.
Foram dois depoimentos. O primeiro sobre a suposta prevaricação de Bolsonaro e outro sobre eventuais irregularidades no contrato com a Precisa – nesse, Pazuello disse que os processos do ministério passam por etapas que precisam ser respeitadas e nas quais são verificadas brechas para irregularidades e que nada havia sido constatado em sua gestão.
Na suspeita de prevaricação, Pazuello explicou que Bolsonaro orientou a apurar as denúncias sobre o contrato da pasta para aquisição do imunizante, mas de maneira informal. A versão relatada por Pazuello à PF corrobora a do presidente. O ex-ministro contou que pediu ao então secretário-executivo do ministério, Elcio Franco, que apurasse as supostas irregularidades. Franco teria dito que nada estaria errado. Pazuello deixou claro que Bolsonaro não falou que os denunciantes eram o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e de seu irmão, servidor do Ministério da Saúde.
O inquérito foi aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), é conduzido pelo Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq) da PF, pois Bolsonaro tem foro privilegiado. O prazo inicial das investigações é de 90 dias, mas pode ser prorrogado.
Depoimento de Eduardo Pazuello na íntegra (CNN):
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