A Mesa da CPI da Pandemia vai sugerir o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por crimes de curandeirismo, charlatanismo, risco à saúde pública e publicidade enganosa, entre outros. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (11). Um relatório interno detalhado da comissão elenca os crimes e as penas, que poderiam ultrapassar 18 anos de prisão, caso o chefe do executivo seja processado e condenado por todos os crimes – o que seria difícil. As conclusões serão encaminhadas ao Ministério Público Federal (MPF).
De acordo com o relator Renan Calheiros (MDB-AL), a decisão foi tomada após o depoimento do diretor da farmacêutica Vitamedic, Jailton Barbosa. Para Calheiros, a empresa patrocinou a publicidade do tratamento precoce e do kit covid, distribuído pelo Ministério da Saúde, que incluía a ivermectina, medicamento comprovadamente ineficaz. Durante a pandemia, as vendas do laboratório saltaram 1.105%. A quantia de R$ 717 mil foi direcionada ao financiamento da organização Médicos pela Vida, formada por defesores do tratamento ineficaz.
O relatório
- Bolsonaro é um dos principais propagadores do uso deste medicamento e de outros do tratamento precoce, um agravante contra o mandatário;
- Barbosa, da Vitamedic, reconheceu que a desenvolvedora do medicamento, a Merck, publicou estudo que atesta que a ivermectina não é eficaz para o tratamento da covid-19.