Chamado de “guerreiro da liberdade” pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, o general da reserva Luiz Eduardo Ramos, o ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson (imagem), teve sua prisão preventiva determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, nesta sexta-feira (13). Ele foi localizado em uma de suas residências. Como o mandado é de prisão preventiva, não tem prazo definido para acabar, dependendo de decisão judicial.
A ordem decocorre de um inquérito que investiga as ações de uma milicia digital voltada a ataques à democracia. As investigações foram abertas em julho, por decisão de Moraes, que considera que o político faz parte de uma “possível organização criminosa” que busca “desestabilizar as instituições republicanas”. A suspeita é que o grupo produz, publica, financia conteúdos antidemocráticos com verba pública. A ordem também determina o bloqueio de conteúdos postados por Jefferson em rede sociais e a apreensão de armas e acesso a mídias de armazenamento.
Ao receber o mandado de prisão, Jefferson assinou e escreveu que a ordem era uma “Canalhice do maridão da dOna Vivi” (ao lado), em referência provocadora à advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro.
Pela manhã, o político já havia postado em sua nova conta no Twitter (já bloqueada) que a PF chegou a fazer buscas na casa de seus familiares (ao lado, abaixo). Sua conta anterior nesta rede social também está suspensa por determinação judicial desde 30 de março, quando pediu que “milicianos dessem um pau na guarda municipal de Juiz de Fora” (MG). A postagem foi considerada incitação à violência.
A PF também tem ordens para acessar quebras de sigilo de assessores da Presidência da República suspeitos de integrar o “gabinete do ódio”, encarregado de promover ataques virtuais contra adversáros políticos e desafetos do presidente Bolsonaro e seus filhos.
Antes de ser um aliado fiel do presidente Bolsonaro e defensor do armamento da população (imagem de destaque), o político foi quem divulgou, em 2005, o escândalo do Mensalão do PT a partir de uma entrevista à Folha de S.Paulo. Beneficiário de denunciante do esquema petista, teve o mandato de deputado federal cassado e foi condenado, porém em 2012, sua pena foi reduzida por ter colaborado com as investigações, ficando com 7 anos e 14 dias em regime semiaberto pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Em 2015, foi indultado.
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