Paz ameaçada na ilha sem covid
O primeiro caso covid-19 na Nova Zelândia em seis meses é da delta. O país de 5 milhões de habitantes entrou em um bloqueio nacional na noite de terça-feira (17). Nesta quarta-feira (18), as autoridades neozelandesas anunciaram que detectaram mais 6 casos positivos, todos ligados ao primeiro. As contaminações estão vinculadas a um hospital em Auckland.
O que MONEY REPORT publicou hoje:
- Pesquisadores da Unicamp criam modelo para prever mutações da covid-19
- Anvisa rejeita CoronaVac em crianças e adolescentes
Não é hora de relaxar
A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa Etienne, disse nesta quarta-feira (18) que, apesar de as taxas de internação por covid-19 estarem abaixo de 80% em todos os estados brasileiros pela primeira vez desde novembro, a transmissão no país segue intensa e não é hora de complacência. O Brasil chegou a 1.051 casos confirmados da delta na terça-feira (17), apontam dados do Ministério da Saúde. Houve alta de 84% em relação aos 570 diagnósticos positivos para a cepa divulgados em balanço de terça-feira da semana passada (10).
O que disse Túlio da Precisa à CPI
Na sessão desta quarta-feira (18), a comissão ouviu o advogado da Precisa Medicamento, Túlio Silveira. Ele estava munido de um habeas corpus (HC) preventivo concedido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, para evitar se autoincriminar diante dos senadores. Com isso, repetiu o mal-estar de depoimentos anteriores, evitou responder questões consideradas não incriminatórias, irritando os senadores. O depoente argumentou que o silêncio era para não ferir o sigilo profissional de sua relação de advogado da Precisa. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) reagiu negativamente “cheio de não-me-toque”, após o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), questionar a postura do depoente de não respondeu perguntas sobre sua atuação dentro da empresa, responsável por intermediar a compra da Covaxin. Silveira ficou em silêncio em outras perguntas não relacionadas à empresa, como sua relação com o presidente Jair Bolsonaro ou se já trabalhou no Ministério da Saúde. Integrantes da CPI reclamam que a decisão do STF, que libera o advogado de responder questões comprometedoras tem limites. Com tanto silêncio, o status de Silveira foi modificado, indo de testemunha para investigado.
- Escritório: o depoente não possuía escritório de advocacia até 2 dias antes do contrato firmado entre a Bharat Biotech, a Precisa e o Ministério da Saúde. O contrato foi firmado em 25 de fevereiro deste ano e o escritório de Silveira foi aberto em 27 do mesmo mês. O depoente explicou: “Eu já prestava serviços como profissional autônomo. As demandas aumentaram e eu resolvi abrir meu escritório, como está prevista na legislação”;
- Crise de identidade: o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), expôs uma ata de reunião da Saúde de 20 de novembro de 2020 na qual o advogado é identificado como gerente de parcerias internacionais e compliance da Precisa. “Acredito que foi um erro de redação, um erro de lançamento, uma confusão”. Em março de 2021, durante audiência pública no Senado, Túlio Silveira foi apresentado como gerente de contratos. Na ocasião, ele tratou sobre o cronograma de entrega da Covaxin;
- Agilidade: foi ressaltada a existência de cópias de e-mails trocados entre Silveira e representantes do ministério antes da assinatura do contrato com a Precisa. Nos documentos, o advogado pedia agilidade no processo.
Outras decisões
- Investigado: o deputado e líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), também foi incluído na lista de investigados pela CPI da Pandemia, nesta quarta-feira (18).
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Informe Publicitário
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Servidores cariocas vacinados
Um decreto do prefeito Eduardo Paes (PSD) tornou obrigatória a vacinação para todos os servidores do Município do Rio. A medida foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (18). Outras cidades, como São Paulo, já tinham adotado a medida.
Previsões ruins para SP
Apesar da decisão do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de autorizar a reabertura do comércio e setor de serviços do estado, uma pesquisa projeta o avanço da covid-19 na capital paulista nas próximas semanas. Levantamento da Info Tracker, sistema de monitoramento da pandemia das universidades USP e Unesp, confirma que a delta já responde pelo aumento dos casos no Rio e prevê o mesmo para São Paulo a partir de setembro. A capital paulista registra 171 casos da variante, segundo coleta feita pelos institutos Butantan e Adolfo Lutz.
Previsão para a terceira agulhada
A aplicação da terceira dose deverá começar por idosos e profissionais de saúde, segundo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante uma coletiva nesta quarta-feira (18).
Nova onda israelense
Um dos países que mais aplicaram vacinas está entre as primeiras a experimentar uma alarmante quarta onda de infecções e hospitalizações. Com isso, Israel corre para dar doses de reforço aos vulneráveis e conter o avanço da delta no país. Confira o comparativo de antes e depois da chegada da delta no país.
Casos
- 17 de maio: 40 casos registrados
- 17 de agosto: 8.252 casos registrados
Mortes
- 17 de maio: 7 mortes registradas
- 17 de agosto: 17 mortes registrados
Vacinação
- Israel tem 60% de sua população totalmente imunizada com as duas doses (arredondado)
CoronaVac contra delta
Painel Coronavírus
Vacinados (cumulativos)
• 4,80 bilhões no mundo (64% da população)
• 117 milhões no Brasil (54,93% da população)
Segunda dose *
• 1,2 bilhão no mundo (16% da população)
• 51,15 milhões de brasileiros (24% da população)
*dados aproximados
Doses brasileiras desatualizadas, site do Ministério da Saúde em manutenção.
Casos confirmados no Brasil
• 20.416.183– acumulado
• 37.613 – novos infectados
• 19.313.546 – recuperados
• 532.039 – em acompanhamento
• 9.715,2 – incidência por grupo de 100 mil habitantes
Mortes confirmadas no Brasil
• 570.598– óbitos acumulados
• 1.106 – novas vítimas fatais
• 2,8% – letalidade
• 271,5 – mortalidade por grupo de 100 mil habitantes
Dados atualizados em 18/08/21 – 18h30
Fontes: Ministério da Saúde, consórcio de veículos de imprensa, Universidade Johns Hopkins (EUA) e Fiocruz