Após uma sequência de reuniões protagonizadas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux (imagem), com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e com o Planalto, por meio do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, a expectativa é aliviar a crise institucional entre o Judiciário e o presidente Jair Bolsonaro – mas há condicionantes. Fux afirmou na noite de quarta-feira (18) que nunca parou de dialogar com os Poderes e que pretende uma trégua, mas quer que os ataques aos ministros da Corte cessem por parte de Bolsonaro.
Como sinal de boa vontade, Pacheco e Nogueira pediram a Fux que remarque a reunião com Bolsonaro e os demais representantes dos Poderes – no caso, o próprio Pacheco e Lira. O magistrado disse a ambos que reavaliaria a questão. Vale lembrar que em 5 de agosto, Fux anunciou o cancelamento do encontro e deixou claro repetidas vezes que a causa era a postura desestabilizadora do presidente, que além de hostilizar os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, lança repetidas denúncias sobre a lisura do processo eleitoral, ameaçando não aceitar o resultado das urnas em 2022 – ainda que até agora não tenha apresentado provas.
Para voltar a conversar com Bolsonaro, Fux avalia ser preciso que ele se mostre disposto ao debate dentro das linhas republicanas, o que ainda não ocorreu. “Gostaria de comunicar aos eminentes pares que recebi o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que veio debater democracia e falar sobre a importância do diálogo entre os poderes e pedir uma nova reunião, tendo em vista que tivemos pronunciamento desmarcando a reunião”, afirmou.