Vereador no Rio de Janeiro e articulador das ações em redes sociais do presidente Jair Bolsonaro, seu segundo filho mais velho, Carlos (Republicanos), teve os sigilos fiscal e bancários quebrados por determinação da Justiça. Ele é investigado pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ) pela contratação de funcionários fantasmas em seu gabinete na câmara, em um esquema de rachadinhas de salários similar ao que seu irmão mais velho, o senador Flávio (Patriota-RJ), teria operado quando deputado estadual fluminense. A denúncia contra ele está suspensa.
Apelidado pelo pai de filho 02, Carlos está na mira do MP desde 2019. Aos 38 anos, Carlos Bolsonaro está no sexto mandato seguido como vereador. Desde o início, houve grande rotatividade de pessoal em seu gabinete. Gente que não cumpriria a jornada de trabalho de 40 horas semanais prevista. Muitos assessores não cumpriam expediente no escritório. Essa movimentação levantou suspeitas e, após dois anos de análise, os promotores conseguiram que a 1ª Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado do Tribunal de Justiça do Rio aceitasse o pedido, o que ocorreu 24 de maio.
Além de constantes pagamentos em dinheiro vivo, o vereador foi flagrado em duas operações suspeitas do pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), entre 2007 e 2019. Em uma delas, ele e sua mãe movimentaram R$ 1,7 milhão de um só vez. Em outra, em 2003, ele pagou R$ 150 mil em espécie na compra de um apartamento no bairro da Tijuca.
Outras 26 pessoas e sete empresas também tiveram os sigilos quebrados. Entre elas está Ana Cristina Siqueira Valle, segunda ex-mulher de Jair Bolsonaro (sem partido), mãe de Jair Renan, o filho 04 do presidente da República. Ana Cristina foi chefe de gabinete de Carlos entre 2001 e 2008, quando se divorciou do entgão deputado federal Jair Bolsonaro. Desde junho, Ana Cristina e o filho, Jair Renan, vivem em uma residência avaliada em R$ 3,2 milhões em Brasília. O aluguel de imóveis parecidos no lagoa Paranoá é de cerca de R$ 15 mil ao mês. Ana Cristina é assessora prlamentar da deputada federal Celina Leão (PP-DF), e tem um salário líquido mensal de R$ 6,2 mil. O senador Flávio também comprou uma mansão em circunstâncias suspeitas no Distrito Federal.