GENEBRA (Reuters) – Os Estados Unidos não estão tentando reabrir ou renegociar o acordo nuclear com o Irã, mas esperam continuar filiados ao pacto para corrigir seus defeitos com um acordo suplementar, disse o enviado de não proliferação dos EUA, Christopher Ford, nesta quarta-feira.
“Não estamos visando renegociar o JCPOA (Plano de Ação Abrangente Conjunta, na sigla em inglês) ou reabri-lo ou mudar seus termos”, afirmou Ford a repórteres nos bastidores de uma conferência de não proliferação nuclear realizada em Genebra.
“Estamos buscando um acordo suplementar que de alguma maneira aplicaria uma série de regras adicionais –restrições, termos, parâmetros, chamem como quiserem– que ajudem a reagir a estes desafios mais eficazmente”.
Na terça-feira o presidente norte-americano, Donald Trump, e o presidente francês, Emmanuel Macron, prometeram adotar medidas mais rígidas para conter o Irã, mas Trump não chegou a se comprometer a continuar no pacto nuclear de 2015 e ameaçou retaliar o regime iraniano se este retomar seu programa nuclear.
Macron disse ter conversado com Trump sobre um “novo acordo” no qual EUA e Europa tratariam de questões pendentes relativas a Teerã para além do programa nuclear.
Pela proposta de Macron, EUA e Europa acertariam bloquear qualquer atividade nuclear iraniana até 2025 e além, abordar o programa de mísseis balísticos do regime e criar condições para uma solução política que contenha o Irã no Iêmen, na Síria, no Iraque e no Líbano.
“Se conseguíssemos tratar desse desafio de unir nossos parceiros… o presidente Trump deixou claro que sua decisão de não renovar as suspensões das sanções seria revisada, e é neste ponto que espero que estejamos hoje”, disse Ford.
Indagado se Macron salvou o JCPOA nas conversas com Trump, Ford respondeu: “Espero que o JCPOA tenha sido salvo no contexto do desafio que o presidente Trump estabeleceu para nós, de tentar continuar no acordo, mas no contexto de seguir adiante com nossos parceiros rumo a uma abordagem que represente uma chance bastante boa de transformar o que na prática foi um adiamento temporário… em uma resposta mais duradoura”.
(Por Tom Miles)