Um novo mapeamento geológico identificou no sul do Ceará jazidas (imagem) de magnesita, gipsita, calcário, barita, caulim, celestita, quartzo, gemas, mármore, talco, amianto, scheelita, cromita, galena, grafita, ouro, ferro e manganês. São minerais considerados estratégicos, pois atendem à demanda da chamada indústria 4.0, que necessita insumos minerais refinados para a a fabricação de componentes de alta tecnologia para os setores de informação e energia
A descoberta foi feita pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), que encontrou 17 ocorrências de cobre, duas ocorrências de ouro e 78 ocorrências de mármore, que foram apresentados em uma nova carta geológica na semana passada. O trabalho não ganhou destaque na imprensa, mais é de relevância estratégica e uma oportunidade para a iniciativa privada. A região no sul do Ceará possui uma área de 36 mil km² e engloba os municípios de Parambu, Tauá, Arneiroz, Catarina, Aiuaba, Antonina do Norte, Saboeiro, Campos Sales, Salitre, Potengi, Araripe, Santana do Cariri, Nova Olinda, Altaneira, Cariús, Acopiara, Quixelô, Iguatu, Orós, Icó, Jucás, Cedro, Umari, Lavras de Mangabeira, Várzea Alegre, Farias Brito, Baixio, Ipaumirim e Aurora. A pesquisa se estende aos municípios de Cajazeiras, na Paraíba, e Pio IX, no Piauí. A área é chamada pelos geólogos de Bacia do Granjeiro-Cococi.
Conforme a pesquisadora em geociências Iris Pereira Gomes, do SGB, esse potencial observado no Ceará deve-se a características geológicas específicas, como as principais áreas em exploração no Brasil. “Regiões contendo rochas pré-cambrianas tem uma diversidade geológica que normalmente hospeda bens minerais, principalmente metálicos, como é o caso dos ambientes geológicos existentes nas províncias minerais de Carajás e do Quadrilátero Ferrífero”, explicou.
A expectativa é fomentar estudos detalhados. “Só uma pesquisa geológica mais detalhada, enfocando as substâncias minerais potenciais desta sequência, pode sugerir a possibilidade de um futuro empreendimento”, pontua Iris. “Agora a intenção é a iniciativa privada trabalhar em cima desses dados, para ver se a região tem de fato uma potencialidade completa”, afirmou também Edney Palheta, gerente do SGB.
De acordo com dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), no primeiro semestre a extração mineral representou cerca de 28% das exportações (US$ 38,8 bilhões), o que corresponde a um aumento de 66% em comparação ao mesmo período do ano passado. O setor gerou 11 mil empregos no período, crescimento formal de 7,7%.