(Reuters) – O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, passou por um procedimento gástrico em Brasília nesta quarta-feira e deverá receber alta hospitalar no mesmo dia, informou o Exército em nota à imprensa.
“O general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, comandante do Exército, realizou procedimento gástrico eletivo, no Hospital Santa Helena, Brasília – DF, em 25 de abril de 2018”, informa a nota.
“O general Villas Bôas terá alta nesta mesma data, retornando às suas atividades amanhã (quinta-feira)”, acrescentou o comunicado.
Villas Bôas, de 66 anos, anunciou no ano passado que sofre de uma doença neuromotora degenerativa que lhe criou dificuldades de mobilidade e para caminhar, o que o levou a usar uma bengala e a fazer algumas aparições em cadeira de rodas.
O general tem se manifestado por meio de discursos e pelas redes sociais em relação à situação política do país. No início do mês, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) estava prestes a julgar um pedido de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o comandante do Exército foi ao Twitter afirmar que “Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição”.
Na ocasião, em duas postagens, o general criticou a situação no país e disse que era preciso saber quem se preocupava com o bem do país e quem estaria apenas pensando em interesses particulares.
“Asseguro à nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à democracia, bem como se mantém atendo às suas missões institucionais”, escreveu.
As mensagens foram vistas na ocasião por alguns como uma forma de pressão sobre o STF e criaram reação dentro de setores conservadores do Exército, que viram a declaração do general como um incentivo a uma ação mais forte por parte dos militares.
Mais recentemente, o militar aproveitou mensagem sobre o Dia do Exército para dizer que a banalização da corrupção, a impunidade e a ideologização dos problemas nacionais são a real ameaça à democracia e defendeu as eleições como a solução que o país precisa.
“Não podemos ficar indiferentes aos mais de 60 mil homicídios por ano, à banalização da corrupção, à impunidade, à insegurança ligada ao crescimento do crime organizado, e à ideologização dos problemas nacionais. São essas as reais ameaças à nossa democracia e contra as quais precisamos nos unir efetivamente, para que não retardem o desenvolvimento e prejudiquem a estabilidade”, afirmou o general.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)