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Os cobiçados profissionais do setor bancário

A pandemia contribuiu para a digitalização, mudando a dinâmica das contratações, enquanto o setor bancário recorre à profissionais que correspondam a nova realidade que deixa de ser tão analógica. Um levantamento da Signium, multinacional americana especializada em executive search, detectou um aumento de 15% a 20% nas remunerações de profissionais de marketing, TI (algumas posições como CTO), operações e RI, que agora migram para bancos médios de atacado e até fintechs. Essa valorização não é só um reconhecimento, mas demonstra o apetite das empresas por esses cobiçados profissionais.

Cervi: “Altos executivos continuam valorizados diante dos jovens mais inexperientes”

MONEY REPORT conversou a headhunter Giovana Cervi, que explicou que é preciso entender o que é tendência, mudança e sazonalidade, conforme a retomada ocorre. “O ponto crucial é compreender que a pandemia acelerou a digitalização, algo que vinha ocorrendo lentamente”, disse. Cervi atribuiu o sucesso das fintechs e o apetite por talentos ao boom de ofertas públicas iniciais (IPOs, na sigla em inglês) no primeiro semestre, o que gerou mais liquidez nesse mercado – agora praticamente paralisado devido a uma conjuntura de alta inflacionária, Selic elevada, o real ainda mais desvalorizado frente ao dólar e incertezas macroeconômicas e políticas. “Os bancos grandes tendem a travar os empreendedores e os profissionais acabam migrando para as techs, onde há mais espaço. Claro que há inovação nos bancos grandes, mas é algo mais controlado”, destacou.

O fator pandemia fez as instituições repensarem a importância do capital humano para o crescimento e cultura. Cervi destacou que nesse período, cada empresa atravessou de um jeito e não houve uma regra. “A solidez de uma fintech depende de sua tese, consolidação e equipe. As empresas consolidadas fizeram outro jeito, mudando seus processos. Nessa hora, um executivo de alto escalão, mais experiente faz a diferença na gestão das equipes”.

Outro ponto relevante é a geografia. Uma fintech na América Latina é vista de forma diferente de uma nos Estados Unidos. “Somos um país que oscila e desencadeamos o apetite por risco dos investidores”. E explicou: “São nessas crises como a pandemia ou econômica que aqueles mesmos altos executivos continuam valorizados diante dos jovens criativos mais inexperientes presentes nas startups e instituições menores”.

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