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Maduro desafia críticas externas e oferece “prêmio” a eleitores da Venezuela

Por Vivian Sequera

CARACAS (Reuters) – O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, desdenhou das críticas internacionais à próxima eleição de 20 de maio, na qual busca a reeleição, e ofereceu um “prêmio” àqueles que votarem com um cartão emitido pelo Estado.

As principais forças de oposição estão boicotando a eleição alegando que ela será manipulada a favor do líder socialista de 55 anos. Os Estados Unidos, a União Europeia e vários vizinhos latino-americanos também consideram o pleito injusto.

“Então eles não reconhecerão Maduro em todo o mundo. E eu por acaso estou ligando?”, disse Maduro em um comício em La Guaira, no litoral de Caracas, na noite de quarta-feira. “E eu por acaso estou ligando para o que a Europa e Washington pensam?”

Maduro, que retrata sua campanha de reeleição como uma luta contra o imperialismo, só tem um rival sério: Henri Falcón, ex-governador estadual de 56 anos. Falcón ignorou o boicote da coalizão opositora à eleição, acreditando que a revolta com a crise econômica lhe renderá votos.

Membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a Venezuela atravessa seu quinto ano de recessão, sua inflação é a mais alta do mundo, a produção de petróleo é a menor em três décadas, a escassez de alimentos e remédios é generalizada e milhões não conseguem ter todas as refeições diárias.

Algumas pesquisas mostram uma vantagem de Falcón sobre Maduro, que venceu a eleição para suceder Hugo Chávez em 2013 por uma margem pequena.

Mas a campanha de abstenção da oposição, a presença de seguidores de Maduro em instituições cruciais como a comissão eleitoral e o poder de angariação de votos de programas sociais, como os de moradia e de entrega de alimento, dificultam uma vitória de Falcón.

Em seu discurso, Maduro disse a seus apoiadores que todos aqueles que votarem mostrando um cartão emitido pelo Estado que é necessário para ter acesso a certos programas sociais, provavelmente receberão “um prêmio muito bom”.

Ele não deu detalhes, mas críticos afirmam que a iniciativa, e outras concessões de dinheiro antes da votação e de bônus por meio do cartão, equivale à compra de votos. O voto é secreto no país, mas os servidores públicos dizem ser pressionados constantemente a apoiar o governo.

Maduro diz que o sistema eleitoral da Venezuela é o mais limpo do mundo, mas até a Smartmatic, operadora oficial da plataforma de votação, sediada no Reino Unido, denunciou fraudes na eleição de agosto.

(Reportagem adicional de Andrew Cawthorne)

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