A crise dos semicondutores, iniciada na pandemia, continuará sendo um problema para a indústria e para os consumidores até meados de 2022, conforme uma avaliação da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (Abisemi) nesta segunda-feira (15). O presidente da entidade, Rogério Nunes, disse que a demanda de produtos de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) aumentou com a calamidade, surpreendendo o setor que havia sido impactado pela interrupção de várias cadeias produtivas. “O setor é lento no retorno à produção, demora alguns meses em função da sua característica de manufatura”, explicou.
Já o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, disse durante uma coletiva em 8 de novembro que a retração das vendas em outubro é reflexo das dificuldades enfrentadas pela indústria, como a falta de componentes, em escassez mundial. “Fala-se entre 5 milhões e 7,5 milhões de carros não produzidos este ano no mundo. São 250 mil a 280 mil no Brasil em função disso, mas outros setores também começaram a ser afetados”, observou Nunes. Para ele, a redução da oferta de celulares pode chegar a 10%”.
“Temos uma excessiva concentração de manufatura desses produtos semicondutores na Ásia. Por exemplo, um país como Taiwan produz 43% de tudo que é o wafer [disco de silício] no mundo. A Coreia do Sul tem outros 21%, praticamente dominando 70% do que há de memórias no mundo”, acrescentou Nunes. Ele disse que outros países, como os EUA, começam a lançar incentivos para atrair manufatura. O mesmo, segundo ele, ocorre na Europa.
(com Agência Brasil)