A falta de confiança na política econômica é o principal para 67,4% dos países da América Latina, seguido por instabilidade política (36,9%) e corrupção (25,2%). Nesse cenário, as incertezas quanto à retomada de um crescimento econômico regional levam a expectativas pela falta de confiança nas diretrizes da política econômica. Há ainda problemas estruturais como faltas de inovação, infraestrutura inadequada e desigualdade de renda, apontou a Fundação Getúlio Vargas / Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE) nesta terça-feira (23).
O resultado do quarto trimestre de 2021 interrompe a recuperação que vinha sendo observada desde o segundo tri de 2020. O Indicador de Clima Econômico da América Latina (ICE) que havia passado à zona de clima econômico favorável (101,4 pontos) na Sondagem do terceiro tri, recuou 20,8 pontos no terceiro tri. O clima econômico da América Latina piorou e passou à zona de avaliação desfavorável liderado pela piora das expectativas que se aproximaram da zona limite entre avaliações favoráveis e desfavoráveis. O ICE é medido pela média geométrica entre o Indicador da Situação Atual (ISA) e o Indicador de Expectativas (IE). O ISA registrou uma pequena queda de 1,1 ponto, ao passar de 59,1 pontos para 58,0 pontos e continua na zona desfavorável. O que influenciou a queda foi o resultado do IE que despencou 45,5 pontos, ao passar de 150,6 pontos no terceiro tri para 105,1 pontos no quarto tri.
Observa-se que essa é a segunda maior queda entre duas sondagens consecutivas desde o início da série histórica, em janeiro de 1989. Antes, a maior queda no valor de 58,8 pontos foi entre o primeiro e o segundo tri de 2020 associada às expectativas pessimistas e incertezas trazidas pela covid-19.