(Reuters) – O presidente Michel Temer disse nesta segunda-feira que conversou com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, sobre a possibilidade de uma “candidatura única das forças governistas”, voltou a admitir que pode não ser candidato se houver um consenso de que o melhor nome desse campo seria outro, mas avaliou que há um desejo de continuidade.
“O presidente Fernando Henrique me procurou em casa na terça-feira, no feriado, eu estava em São Paulo. Tivemos uma longa conversa a respeito de uma candidatura única das forças governistas, e até, não quero dar palpite, em relação às demais candidaturas”, disse Temer em entrevista à rádio CBN.
Além de Fernando Henrique, Temer disse ter conversado com o presidente da Câmara e pré-candidato do DEM à Presidência, Rodrigo Maia, com o ex-ministro Henrique Meirelles (MDB) e “outros tantos” sobre a necessidade dessa candidatura única.
“Se nós conseguirmos encontrar uma única candidatura, isso é útil para o país, naturalmente é útil para as forças governistas, seja quem for”, disse.
“Eu posso vir a ser (candidato), mas não tenho a menor dúvida em abrir mão se num dado momento as correntes todas disserem: a melhor figura para enfrentar essa eleição é fulano”, acrescentou.
Pouco depois, no Palácio do Planalto, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que tem atuado como porta-voz informal do governo, disse que a chance de Temer ser o nome para representar nas eleições os partidos que têm pensamento igual ou semelhante ao do governo é grande e “até provável”.
“Fica difícil você hoje começar um diálogo com uma imposição, mas a possibilidade de o presidente Temer ser o nosso candidato ela é grande e eu diria que até provável”, disse Marun a jornalistas.
Na entrevista à CBN, o presidente disse acreditar que não será possível um candidato de centro ou centro-direita vencer a eleição sem o apoio do governo.
“Acho que sem o apoio do governo e das teses do governo, é impossível”, disse Temer, acrescentando que muitas vezes falam mal dele, mas que no fundo desejam que as urnas garantam um governo de continuidade ao atual.
“Tive uma reunião com alguns deputados e um deles me disse: ‘sabe presidente, eu estive num lugar, as pessoas muitas vezes não querem você como candidato, mas querem o mesmo governo Michel Temer no próximo governo’.”
(Por Alexandre Caverni, em São Paulo; reportagem adicional de Maria Carolina Marcello, em Brasília)