Foi autorizado pelo Banco Central (BC) que a LendMe inicie os testes com a hipoteca reversa – modalidade de crédito já utilizada nos EUA e em países da Europa e Ásia. Direcionado para pessoas físicas, esse produto utiliza como garantia imóveis quitados, o que possibilita o recebimento de uma renda vitalícia complementar à aposentadoria ou recursos à vista. Aqueles que aderem continuam morando no imóvel até o final de sua vida. “Somos a primeira e única empresa do mercado brasileiro autorizada a iniciar os testes desse produto dentro do ambiente regulatório do sandbox do Banco Central”, destaca o CEO da LendMe, Elyseu Mardegan Jr. (imagem abaixo). A autorização foi dada na quinta-feira (25) e ainda depende de um cronograma. O teste vai durar um ano.
- Modelo tradicional: ao fazer um empréstimo com garantia de um imóvel, o cliente terá que pagar uma prestação mensal. Porém, na hipoteca reversa, o cliente receberá uma quantia mensal, calculada sobre o valor do seu imóvel e sua expectativa de vida. Quando o proprietário falecer, o imóvel é repassado à instituição financeira;
- Mercado potencial: a decisão do BC ocorreu por meio do Comitê Estratégico de Gestão do Sandbox Regulatório (CESB). De acordo com os cálculos do BC, há um potencial de R$ 800 bilhões em imóveis no Brasil que poderiam ser usados como garantia. “Não é incomum aposentados terem um imóvel de sua propriedade no valor de R$ 700 mil ou R$ 800 mil e, ao mesmo tempo, uma renda de apenas dois ou três salários-mínimos, o que induz a uma baixa qualidade de vida e de consumo”, disse Mardegan. Se der certo, o novo produto pode ajudar ampliar a segurança financeira de uma fatia da população, reincluindo-a ao mercado consumidor.
- Congresso: não é de hoje que a hipoteca reversa é estudada. A modalidade de crédito foi pautada e em grupos de trabalho do Ministério da Economia e do BC desde 2018. Em 2019, o deputado Vinicius Farah (MDB-RJ), apresentou o PL 3096/2019, que está em tramitação na Câmara.