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Bolsonaro casa “heteramente” com PL e garante PP como dote

O presidente Jair Bolsonaro se filiou ao Partido Liberal (PL), de Valdemar Costa Neto (ambos no destaque), na manhã desta terça-feira (30), em Brasília, encerrando uma novela que envolveu também o Progressistas (PP), agremiação a qual o mandatário ficou ligado de 1998 a 2015 (incluindo o período como PPB). Mas o PP não sairá perdedor, pois há uma possibilidade real de formação de uma chapa PL-PP para 2022, indicando definitivamente a reconversão do presidente ao Centrão, onde militou como integrante do baixo clero até se apresentar como opção antissistema ao Planalto.

O ato veio na esteira da já polarizada corrida eleitoral de 2022, para a qual Bolsonaro buscava uma legenda robusta a fim de facilitar sua tentativa de reeleição – o que conseguiu, mesmo com trocas de ofensas entre os envolvidos pelas redes. Em um discurso atabalhoado, o presidente afirmou para quem quisesse acreditar que ninguém estava sendo lançado, diante dos gritos “Bolsonaro presidente” (na imagem). “Eu vim do PP e confesso que a decisão não foi fácil. Uma filiação é um casamento. Eu e o Valdemar não seremos marido e mulher, mas uma família”, explicou, para a seguir citar que ambos são política e “heteramente um casal” – seja lá o que isso quer dizer.

Na negociação desse casamento, o PP veio como contraparte, um dote do presidente-candidato. Afinal, o governo conta com o presidente do PP, Ciro Nogueira, no comando da Casa Civil, além de Ricardo Barros (PR) na liderança da situação na Câmara. Por isso, a legenda deve indicar um vice na chapa do PL de Bolsonaro, excluindo da corrida o atual vice, Hamilton Mourão (PRTB), a quem Bolsonaro já chamou de “cunhado indesejado”.

Há uma estratégia na escolha do PL em detrimento do PP. O grupo de Costa Neto pode oferecer a Bolsonaro alguma desenvoltura em redutos eleitorais deficitários, como no Nordeste. Além disso, o PL é um partido com capilaridade e estrutura para sustentar uma campanha nacional. 

De forma velada e jocosa, fez críticas ao ex-presidente Lula, seu principal oponente: “Não tenho nenhuma proposta para controlar a mídia, muito menos a mídia social”, olhando para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que não devolveu o olhar. Outro ponto destacado foi seu histórico antiprivatista, que considera superado: “Paulo Guedes [ministro da Economia] me converteu”. E completou, “as pessoas mudam”.

Além de Bolsonaro, seu filho e senador Flávio Bolsonaro (RJ) e o ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, também passaram ao PL. A cerimônia foi mais simples que as de seus oponentes da terceira via e ocorreu após o presidente permanecer dois anos sem partido – ele rompeu com o Partido Social Liberal (PSL) por desavenças com o presidente da sigla, Luciano Bivar, do atual União Brasil.

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