SP mantém intervalo de 4 meses para reforço
Contrariando abertamente as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o governo de São Paulo manteve em seu calendário vacinal o intervalo de quatro meses entre a segunda dose e a de reforço. A Anvisa indica pelo menos cinco meses. A briga pode se tornar política.
Bebês vacinados por engano
Um bebê de dois meses e outro de quatro que deveriam receber doses da vacina pentavalente (para difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo b) foram inoculados por engano com Pfizer em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Sorocaba (SP), na quarta-feira (1º). As crianças precisaram ser internadas às pressas com vômitos e febre alta. No dia seguinte uma das mães voltou à UBS, onde foram receitados analgésicos à sua filha, Liz. Horas depois, ela foi chamada de volta e foi pedido que trouxesse a carteira de vacinação da pequena. O erro já havia sido detectado e o próprio secretário municipal de saúde, Vinicius Rodrigues, conversou com a mãe. O mesmo ocorreu com bebê Miguel. As mães e os bebês foram levados ao hospital Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci), na noite de quinta (2). Se tudo der certo, a alta deve ocorrer na manhã da próxima sexta-feira (10). A recomendação partiu da Pfizer, que sugeriu sete dias de internação com seguidos exames, como eletroencefalograma, ecocardiograma e recolhimento de sangue a cada 48 horas. Um processo administrativo foi aberto pela prefeitura para apurar as causas do erro. Casos com reações parecidas já foram registrados em outras cidades, informou a prefeitura, baseada em informações do Ministério da Saúde.
Os filhos da delta
O resultado preliminar de uma pesquisa brasileira, publicada na plataforma Medrxiv, mostra que desde a chegada no país, em abril, a variante delta do coronavírus se dividiu em três sublinhagens que hoje responsáveis por 99% dos casos. A virologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e coordenadora do estudo, Paola Resende, afirmou ao UOL que o processo de mutações da delta era esperado, mas que foi rápido, a ponto de superar a variante gama, que em abril respondia por 90% das infecções. O caminho da delta pelo Brasil foi mapeado com a análise de 2.264 genomas em 20 estados e Distrito Federal.
Os subgrupos
- BR-I – surgiu no RJ, no final de abril, e se disseminou nas regiões Sudeste, Nordeste, Norte e Centro-Oeste;
- BR-II – no PR também no final de abril;
- BR-III – em SP, no início de junho, onde permaneceu restrito.
O que MONEY REPORT publicou hoje:
- Os velhinhos roqueiros e rebeldes
- 72% preferem cancelar festas e evitar nova onda
- O segredo do enriquecimento – e por que países em desenvolvimento seguem atrasados
- Qual é a relação entre produção, renda, consumo e qualidade de vida?
Fauci otimista contra a ômicron
O principal assessor do governo dos Estados Unidos sobre a pandemia, Anthony Fauci, afirmou que os primeiros indícios sobre o comportamento da variante ômicron são “um tanto encorajadores”, ainda que um conclusão ainda esteja distante. “Até agora, não parece haver um grande grau de gravidade”, disse à emissora americana CNN. Em algumas semanas testes de laboratório devem determinar o quão transmissível é a variante, qual sua resistência às vacinas existentes e quais são seus sintomas mais graves.
Alemães creêm que nova vacina será necessária
Ainda que a capacidade de transmissão e a letalidade da variante ômicron ainda não tenham sido desvendadas e que talvez sejam necessárias vacinas adaptadas às mutações surgidas, o diretor da Comissão Permanente de Vacinação da Alemanha (Stiko), Thomas Mertens, alertou neste sábado (4), em entrevista ao jornal Rheinische Post que que levará “meses” para que novos imunizantes estejam prontos. Ele considera que a variante delta, a mais presente na Europa, não pode ser ignorada. Daí a necessidade de até seis meses de trabalho para as farmacêuticas encontrarem uma solução sob medida. “Isso não é simples, eles têm que criar uma vacina que funcione contra a ômicron e a delta, porque a delta ainda está muito disseminada”, afirmou. Sobre a variante, Mertens disse: “A ômicron tem muitas mudanças na proteína spike, o que pode tornar mais difícil para os anticorpos combaterem o vírus”.
A notícia é de ontem, mas não deve ser ignorada
Painel Coronavírus
Vacinados
• 841,65 milhões no mundo (10,69% da população com a primeira dose)*
• 8,18 bilhões de doses distribuídas (104,96% da população global — cumulativo, incluindo doses de reforço e estoques)*
• 19,02 milhões no Brasil (8,91% da população) **
* Dados globais aproximados
** Não atualizado em 4 e 5 de novembro
Segunda dose *
• 3,49 bilhões no mundo (44,28% da população)*
• 140,51 milhões de brasileiros (65,87% da população) **
* Dado global aproximado
** Não atualizado em 4 e 5 de novembro
Casos confirmados no Brasil
• 22.143.091 – acumulado
• 4.844 – novos infectados
• 21.362.553 – recuperados
• 164.902 – em acompanhamento
• 10.536,9 – incidência por grupo de 100 mil habitantes
Mortes confirmadas no Brasil
• 615.636 – óbitos acumulados
• 66 – novas vítimas fatais
• 2,8% – letalidade
• 293 – mortalidade por grupo de 100 mil habitantes
Dados nacionais atualizados em 04/12/2021, às 19h
Dados de vacinação do Brasil desatualização por atraso na atualização no Ministério da Saúde.
Fontes: Ministério da Saúde, secretaria estaduais e municipais de saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), consórcio de veículos de imprensa, Organização Mundial de Saúde (OMS) e Universidade Johns Hopkins