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Experiências para o mundo pós-crise

Colocar um país no mapa não é tarefa fácil. Ao longo da história da humanidade, governantes fizeram guerras ou investiram enormes recursos para obter respaldo mundial. Na área de eventos, copas do mundo e olimpíadas. Na Coreia do Sul, em 2002, tive a oportunidade de participar do palco mundial que associou o país à popularidade e o respaldo que o Japão já tinha como meta turística e centro de excelência tecnológica. Em 2006, com as olimpíadas de inverno em Turim, na Itália, vi a cidade da Fiat se reinventa como destino cultural e esportivo.

Esse exercício é evidente em Dubai, com a Expo 2020, que vai até 31 de março. Em um espaço de 438 hectares, 192 países disputam a atenção dos visitantes, estimados em 25 milhões até o último dia. Os objetivos de cada governo nacional variam. Para alguns, basta reforçar alguma caraterística de identidade cultural. É o caso da Itália em Dubai, que se apresenta sob o conceito “Beleza conecta as pessoas”. Outros querem atrair turistas e até expatriados, como a Tailândia. Para alguns, há a necessidade de choque para despertar uma nova percepção. A Estônia se propõe como a nação mais avançada digitalmente e o lugar mais fácil para fazer negócios.

Porém, em um evento global voltado ao que há de mais moderno, os celebrados são os que investiram em criatividade, conteúdo e storytelling para criar uma experiência memorável. Essa é a Espanha, que abriu seu espaço com a instalação artística interativa “Dínamo”, criada por Daniel Canogar, com suas marcantes fulgurações. Há também o curta “Lua de agosto”, do diretor Nacho Vigalondo (ao final). É uma fórmula perfeita. O primeiro captura pela experiência participativa e imaginativa, o último apela ao raciocínio para vender a excelência do país. A Alemanha vai nessa linha.

E o Brasil? Há controvérsias. Não é incomum escutar comentários de brasileiros se lamentando da falta de ambição do projeto, da execução básica e que fora a instalação principal – um espelho d’água onde os visitantes podem molhar os pés e se esticar em redes assistindo projeções nas paredes -, resta um pequeno espaço no segundo andar com ilustrações básicas. Faltou esforço criativo. O contraste é gritante depois de ter admirado a meticulosa reprodução da natureza urbana de Cingapura e a sofisticacção arquitetônica do pavilhão desenhado por Santiago Calatrava para os Emirados Árabes Unidos (EAU).

Espelho d’água no pavilhão do Brasil

Felizmente os próprios organizadores do evento comentam publicamente que o Pavilhão do Brasil tem um bom fluxo de visitantes. Para quem viaja com crianças, é uma das experiências mais recomendadas. Vale também lembrar que a presença na exposição não se limita às instalações físicas. Com as limitações de viagem impostas pela pandemia, a Expo é o grande hub de negócio surgido nos últimos dois anos, ideal para o estabelecimento de parcerias internacionais.

Seja por negócio ou turismo, visitar Dubai antes da Expo acabar é uma experiência fundamental para quem quer conhecer os países que almejam relevância no mapa do mundo que se desenha no pós-pandemia.

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Comentários

Uma resposta

  1. Nada como ler um texto escrito por alguém que tem visão em movimento, conectando passado e futuro. Parabéns! Fiquei com vontade de ver a expo com os meus próprios olhos, que agora estão direcionados para reflexões engatilhadas por olhos visionários. Obrigada!

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