Em um novo revés aos casos julgados pelo juiz federal Marcelo Bretas no âmbito dos desdobramentos da Lava-Jato no Rio de Janeiro, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tirou do magistrado a responsabilidade em um processo contra o já condenado ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (imagem). Agora, uma das condenações do político (19 anos e nove meses) aplicada por causa de irregularidades em licitações do setor de transportes pode ser anulada. A análise do caso foi para a Justiça Estadual do Rio.
A decisão da corte foi tomada durante o julgamento de um pedido feito pela defesa do empresário Jacob Barata Filho, o “Rei dos Ônibus”, condenado por Bretas a 28 anos e oito meses. Cabral, Barata e outros foram denunciados pelo Ministério Público Federal na Operação Ponto Final. A acusação aponta que a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) pagou R$ 144 milhões em propinas entre julho de 2010 e outubro de 2016. A operação Ponto Final é ligada a Calicute, que está sob responsabilidade de Bretas e integra a Lava-Jato do Rio.
O esvaziamento de Bretas começou em junho, quando a revista Veja revelou que ele teria negociado penas. Antes ele sofreu críticas e punições por participar de atos políticos.